Nota à Imprensa


OEA expressa satisfação pela normalidade das eleições no Haiti

  8 de fevereiro de 2006

PUERTO PRINCIPE, Haití -- O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, expressou hoje satisfação pela normalidade que caracterizou as eleições realizadas ontem no Haiti.

Em comunicado divulgado hoje à noite em Washington, Insulza atribuiu o êxito ao espírito cívico que animou os haitianos a ir às urnas.

Ao finalizar sua viagem a esse país caribenho, onde supervisionou o trabalho da Missão Especial e do Programa de Assistência Técnica Eleitoral da OEA na região, Insulza destacou a importância do comportamento da cidadania, que jogou por terra as previsões de episódios violentos feitas por alguns analistas.

Insulza, que esteve acompanhado pelo secretário-geral Adjunto da OEA, Albert Ramdin, disse que tal tranqüilidade deveria ser destacada com a mesma intensidade que as desordens no Haiti.

"A segurança não foi notícia ontem", sustentou Insulza, que insistiu que "isso merece ser enfatizado porque reflete o desejo de um povo de avançar rumo à normalização institucional".

O secretário-geral adiantou que o resultado final das eleições não será divulgado em até três dias, devido ao sistema de apuração de votos. "As urnas devem ser transferidas por terra até o centro de apuração, porque aqui não há uma rede de informática que permita enviar os resultados das mesas pela internet do lugar de votação até o escolhido para os trabalhos de contagem", explicou.

Insulza destacou o entusiasmo dos haitianos, que começaram a se deslocar rumo aos locais de votação desde muito cedo nesta terça.

"Às cinco da manhã já havia grupos de pessoas que caminhavam em direção a seu centro de votação. Às seis da manhã as mesas deveriam começar a funcionar normalmente. Algumas não abriram pontualmente, e isso produziu longas filas de pessoas que tiveram de esperar quase cinco horas para atingir seu objetivo", indicou.

No entanto, "nada disso provocou alterações, desordens ou mesmo caos, como informaram alguns meios de comunicação".

O secretário-geral enfatizou que o futuro do Haiti também depende da continuidade da presença na ilha da comunidade internacional.

"Não acho correto que os organismos internacionais deixem o país agora. Pelo contrário, estes devem aproveitar o grande entusiasmo provocado pelas eleições e expressado pelos haitianos para que a vida volte ao normal no país", disse.

A OEA trabalhou em estreito relacionamento com a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) no registro de mais de 3,5 milhões de haitianos e na produção do censo eleitoral.

Insulza e Juan Gabriel Valdés, representante das Nações Unidas no Haiti, percorreram juntos vários pontos da capital durante o dia de ontem, e ao terminarem seus trabalhos, ofereceram uma entrevista coletiva ao lado das autoridades haitianas do Conselho Eleitoral.

Fonte: Agência EFE

Referencia: EFE-20