Nota à Imprensa


OEA publica Relatório 2022 sobre Oferta de drogas nas Américas

  11 de novembro de 2022

A Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou hoje seu Relatório sobre Oferta de Drogas das Américas 2022, um relatório baseado em evidências sobre o fornecimento de drogas nas Américas, descrevendo tendências e questões de interesse para os formuladores de políticas e o público em geral.

O relatório foi preparado durante um período de dois anos pela Secretaria Executiva da Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (SE-CICAD), órgão consultivo e de assessoria da OEA sobre o problema das drogas. Contém estatísticas de fornecimento de drogas para 30 Estados membros da OEA, abrangendo o período 2016-2020, e apresenta tendências sobre erradicação, apreensões de drogas, apreensões laboratoriais e prisões por drogas, incluindo cannabis, cocaína, fentanil e outros opióides sintéticos, metanfetamina e outros estimulantes do tipo anfetamínico.

Entre as principais constatações do relatório observa-se que:

• A principal droga de interesse varia de acordo com o país, refletindo a diversidade da oferta de drogas ilegais na região. Em alguns países, os opióides, particularmente o fentanil, são as principais drogas de preocupação, enquanto em outros predomina a cocaína. Em outros países, as drogas sintéticas, como a metanfetamina, são um grande problema.

• As apreensões de maconha continuam sendo as maiores, em peso, de todas as drogas apreendidas nas Américas. O volume em peso de apreensões de cannabis entre 2016 e 2020 caiu acentuadamente na América do Norte, permaneceu estável no Caribe e na América Central e aumentou substancialmente na América do Sul.

•Na América do Sul, surgiram recentemente cepas de cannabis de alta potência conhecidas como “creppy”.

•As apreensões de cocaína aumentaram de 2016 a 2020, com a América do Sul relatando a maior parcela de apreensões na região.

• Os países onde as drogas à base de coca foram produzidas destacaram os esforços para aumentar os rendimentos por meio de mudanças nas práticas de cultivo, processamento e uso de diferentes variedades de coca, com vidas produtivas mais longas.

•Os dados indicam que a maior parte do tráfico de heroína ocorre na região e se destina principalmente aos mercados norte-americanos.

•Tendências na América do Norte em relação ao fentanil e a proliferação de pílulas falsificadas, contribuem para o aumento das mortes por overdose e implicam em uma queda constante no preço do fentanil, bem como a mistura do fentanil com outros medicamentos.

• A produção de metanfetaminas apresentou tendência crescente na América do Norte, mas manteve-se concentrada nessa sub-região.

• Os preços médios das drogas no atacado foram inferiores aos preços no varejo, com exceção da cocaína fumável. Para o cloridrato de cocaína, o preço médio de varejo por grama foi de US$ 14,15, enquanto o preço médio de atacado por grama foi de US$ 9,99. Em contraste, o preço médio de varejo por grama de cocaína fumável foi de US$ 4,20 e US$ 9,04 no atacado.

• As prisões masculinas são mais altas do que as femininas para todas as drogas nas Américas, enquanto a diferença proporcional entre as prisões masculinas e femininas permanece estável.

O Secretário Executivo da CICAD, Embaixador Adam Namm>/b>, destacou que “O Relatório de Fornecimento de Drogas das Américas 2022 representa uma forte colaboração com os Estados membros da OEA no estabelecimento de indicadores, coleta de dados e revisão e análise aprofundadas. O Relatório estabelece bases importantes para políticas, estratégias e planos de ação baseados em evidências sobre drogas em todo o Hemisfério Ocidental. Juntamente com o Relatório da CICAD sobre o Uso de Drogas nas Américas 2019, oferece uma visão holística do problema das drogas na região e serve de base para promover o diálogo e os compromissos internacionais para enfrentar o problema das drogas nas Américas e além”.

A CICAD foi estabelecida pela Assembléia Geral da OEA em 1986 e serve como fórum político do Hemisfério Ocidental para tratar do problema das drogas. Saiba mais sobre a CICAD aqui.

Referencia: P-068/22