Discursos

MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DO BRASIL, EMBAIXADOR CELSO AMORIM
NO DIÁLOGO DOS CHANCELERES,DURANTE A XXXIV ASSEMBLÉIA GERAL DA ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS “DESENVOLVIMENTO SOCIAL E DEMOCRACIA FRENTE À INCIDÊNCIA DA CORRUPÇÃO”

junho 7, 2004 - Quito, Ecuador


Senhor Chanceler Patricio Zuquilanda, prezado amigo, a quem agradeço a hospitalidade e a gentileza que minha delegação e eu estamos recebendo no Equador,
Secretário-Geral Cesar Gaviria,
Senhores Ministros,
Senhores Embaixadores,
Senhoras e senhores,


O tema principal da reunião será comentado por meu colega brasileiro, Ministro do Controle e da Transparência, Waldir Pires. Peço permissão para dar-lhe a palavra logo em seguida.

Queria referir-me a duas questões importantes.

O resultado do processo de reparo das assinaturas na Venezuela demonstra de forma clara a determinação do Presidente Hugo Chávez, demais autoridades constituídas e das forças políticas daquele país, inclusivea oposição, de chegar a uma solução democrática, pacífica, constitucional e eleitoral para o quadro institucional da Venezuela.

Salientamos também o papel da OEA, em particular do Secretário Geral Gaviria, e do Centro Carter neste processo. Mas creio igualmente importante ressaltar que o Grupo de Amigos da Venezuela, criado por iniciativa do Presidente Lula do Brasil, e composto também por Chile, México, Estados Unidos, Espanha e Portugal, contribuiu para facilitar o diálogo entre os venezuelanos e evitar confrontaçoes.

Reafirmo a disposiçao do Brasil de continuar atuando no sentido de moderaçao e de apoio das normas constitucionais e da democracia naquele país irmao. Temos plena confiança na capacidade das autoridades e do povo venezuelanos de levar a bom termo o processo político em curso.

Quero dar também uma brevíssima palavra sobre o Haiti. Como sabem, o Brasil está enviando expressivo contingente para integrar a Missão de Estabilização das Nações Unidas para o Haiti.

O Governo brasileiro entende ser fundamental a participaçao da egião, masmuito especialmente da América Latina e do Caribe, na solução dos problemas que estão na raiz da crise haitiana. A OEA certamente tem e terá um papel neste processo.

O equacionamento da crise haitiana requer um engajamento de longo prazo da comunidade internacional, e isto envolve várias dimensões, além da mera estabilização política. É necessário reconstruir as instituições e promover o desenvolvimento sócio-econômico do Haiti. O Brasil está e estará sempre pronto a escutara opinião dos países geograficamente mais próximos. Para isso enviou missão de alto nível a vários países do Caribe, e eu próprio estive, na semana passada, com o Secretário-Geral do CARICOM, Edwin Carrington, para escutar suas opiniões. É com este espírito que o Brasil, atualmente membro do Conselho de Segurança da ONU, atendeu a apelos e sugestoes no sentido de ter papel de relevo na Força de Estabilizaçao das Naçoes Unidas.