Imprensa da CIDH
Washington, D.C.- A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) emitiu em 30 de agosto de 2022 a Resolução 43/22, mediante a qual outorgou medidas cautelares de proteção em favor de M.A.C., após considerar que ela se encontra em situação grave e urgente, sob risco de dano irreparável a seus direitos no Haiti.
De acordo com a solicitação, a beneficiária, que se identifica como defensora de direitos humanos das mulheres no Haiti, se encontra em uma situação de risco em razão de ameaças e assédio contra ela no contexto de sua busca por justiça pelos atos de violência sexual dos quais ela teria sido vítima. Neste sentido, a Comissão Interamericana lamenta que o Estado não tenha enviado as informações solicitadas em conformidade com o artigo 25.5 do Regulamento.
Após analisar as alegações de fato e de direito fornecidas pela parte solicitante, a CIDH considera que as informações apresentadas demonstram prima facie que existe um risco sério e urgente de danos irreparáveis aos direitos à vida e à integridade física de M.A.C.
Ao qualificar a situação como de risco, a Comissão considera que os eventos de violência e insegurança de mulheres defensoras são influenciados por seu gênero, estando particularmente expostas a várias formas de violência, incluindo a violência sexual, assim como a violência contra suas famílias como forma de represália por seu trabalho, além de outros obstáculos que ameaçam o trabalho das pessoas defensoras em geral.
Consequentemente, em conformidade com o artigo 25 de seu Regulamento, a Comissão decidiu outorgar as medidas cautelares e solicitou ao Estado do Haiti que:
A concessão da medida cautelar e sua adoção pelo Estado não constitui um pré-julgamento sobre uma possível petição perante o Sistema Interamericano alegando violações dos direitos protegidos na Convenção Americana e em outros instrumentos aplicáveis.
A CIDH é um órgão principal e autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), cujo mandato decorre da Carta da OEA e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. A Comissão Interamericana tem o mandato de promover a aplicação e a defesa dos direitos humanos na região e atua como órgão consultivo da OEA nesta área. A CIDH é composta por sete membros independentes que são eleitos pela Assembleia Geral da OEA de forma pessoal, e não representam seus países de origem ou residência.
No. 195/22
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