Imprensa da CIDH
Washington D.C. – A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condena o assassinato dos sacerdotes jesuítas Javier Campos Morales e Joaquín César Mora Salazar no México e insta o Estado a investigar estes fatos de forma célere e diligente de modo a sancionar os responsáveis.
De acordo com informações públicas, em 20 de junho de 2022, os sacerdotes jesuítas Javier Campos Morales, Joaquín César Mora Salazar, e o guia turístico Pedro Palma Gutiérrez, foram assassinados por homens armados no interior do templo da comunidade em Cerocahui, município de Urique, Chihuahua. Os corpos foram levados por pessoas armadas após o ocorrido. O Estado informou que os três corpos foram recuperados após uma operação de busca imediata realizada pelo Governo de Chihuahua.
A Comissão Interamericana manifesta seu repúdio a tais atos de violência. Ao mesmo tempo, registra o repúdio público a esses atos por parte do Presidente da República, assim como do Chanceler e da Procuradoria do Estado de Chihuahua. Além disso, registra as informações trazidas pelo Estado sobre a identificação de um dos responsáveis e urge a que continue com os esforços para realizar investigações exaustivas, sérias e imparciais para conseguir determinar os fatos, julgar e sancionar os responsáveis.
A CIDH alerta que tais fatos se enquadram em um contexto de violência conhecido no estado de Chihuahua. Em especial, através dos seus diversos mecanismos, recebeu informações sobre a violência sofrida por diversas comunidades indígenas da Serra Tarahumara diante de supostos conflitos entre cartéis de narcotráfico que disputam o controle do território para o plantio e o cultivo ilícitos, o que deu origem à concessão de medidas cautelares por parte da CIDH. Além disso, no relatório anual de 2019, se observa que, em consequência de tal violência, integrantes dessas comunidades se viram forçados a se deslocar para fora dos seus territórios.
Finalmente, a Comissão faz um chamado ao Estado para que garanta a segurança das pessoas que vivem na referida comunidade, assim como das pessoas sobreviventes.
A CIDH é um órgão principal e autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), cujo mandato surge a partir da Carta da OEA e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. A Comissão Interamericana tem como mandato promover a observância e defesa dos direitos humanos na região e atua como órgão consultivo da OEA na temática. A CIDH é composta por sete membros independentes, que são eleitos pela Assembleia Geral da OEA a título pessoal, sem representarem seus países de origem ou de residência.
No. 144/22
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