Nota à Imprensa


Mensagem do Secretário Geral da OEA sobre Eleições na Venezuela

  21 de maio de 2018

O Dia depois da farsa

Ontem foi um dia infame para a democracia das Américas. Diante da força da democracia na consciência regional, o ditador Maduro tentou - sem êxito - dar uma roupagem democrática em seu regime totalitário.

E isto é impossível. O totalitarismo e a democracia não podem conviver. As eleições de ontem, na Venezuela, foram um exercício sem as mínimas garantias para a população, realizadas com uma falta generalizada de liberdades públicas, com candidatos e partidos banidos e com autoridades eleitorais carentes de qualquer credibilidade, sujeitas ao poder executivo. As eleições foram realizadas com mais de 300 presos políticos encarcerados e com o Estado usando todos os recursos à sua disposição para a farsa.

Não se pode ter democracia sem eleições, mas ontem Nicolás Maduro demonstrou que podem acontecer eleições sem democracia.

Não reconhecemos Nicolás Maduro como o legítimo presidente da Venezuela. A Venezuela precisa de um governo de transição que possa gerar um sistema eleitoral legítimo, que permita soluções para o país.

Porém, ontem foi também um dia de esperança para a Venezuela. Apesar de todo o ruído da máquina estatal a serviço de Nicolás Maduro, os democratas venezuelanos se fizeram ouvir de maneira alta e clara ao se abster massivamente. Tanto que nem sequer as autoridades eleitorais do regime puderam negar o fato. A população que deixou sangue nas ruas defendendo seus direitos são a maioria, cada vez mais clara e evidente e seu triunfo com a redemocratização da Venezuela chegará.

O pior que se pode acontecer na Venezuela é a prolongação da ditadura. A crise humanitária, produto da falta de comida e medicamentos é cada vez mais profunda, como confirmam os milhares de venezuelanos que abandonam o país diariamente.

As instituições não tem nenhuma legitimidade e nem credibilidade. O sistema político, suas autoridades e seu presidente são uma fraude. Vamos dar uma resposta a falta de democracia na Venezuela. Não podemos ser indiferentes e não seremos. Seguiremos lutando por sanções mais fortes contra o regime, seguiremos lutando pelo fim da ditadura venezuelana.

Referencia: PD-019/18