Nota à Imprensa


Mensagem do Secretário Geral da OEA sobre a situação na Nicarágua

  31 de maio de 2018

Nicarágua viveu ontem outro dia trágico de repressão, violência e morte. Condenamos os assassinatos cometidos ontem pelas forças repressivas e pelos grupos armados e nos solidarizamos com as famílias das vítimas. Pedimos ao Estado que detenha a violência gerada pela repressão.

Somente a verdade, a justiça e a não repetição podem restaurar a Nicarágua. Somente a justiça, a partir da identificação dos responsáveis por esses eventos, interromperá a violência.

É por isso que estamos negociando a criação de um Grupo de Especialistas Independentes para investigar esses casos. Esse trabalho deve começar em breve.

A dor que sentimos diante de cada assassinato redobrou nossos esforços para alcançar a justiça.

Este tem sido nosso compromisso desde as primeiras vítimas que foram assassinadas em manifestações na Nicarágua.

Nós nunca teremos dois pesos ou duas medidas. Sabemos, por outro lado, que a campanha de mentiras sobre o nosso posicionamento vai continuar.

Aquele que mente, obviamente, é porque sua verdade vale menos que sua mentira. Sabemos que estivemos muitas vezes sozinhos nesse caminho.

O único caminho político para a Nicarágua é democrático, de eleições livres, transparentes, justas, que represente a vontade do povo. Essa é a única solução para o povo da Nicarágua.

Neste sentido, estamos trabalhando na implementação das recomendações da última Missão de Acompanhamento Eleitoral, cujas conclusões foram claras para sanear o sistema eleitoral da Nicarágua. Neste caminho também estivemos sozinhos e confiamos em nossas capacidades políticas e técnicas.

A OEA tem sido e é muito ativa na Nicarágua:

Primeiro: a OEA enviou a Missão que observou as eleições municipais de 2017 e colocou em prática o processo de implementação das recomendações para sanear o processo eleitoral.

Em segundo lugar, a OEA negociou a chegada da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para observar a situação crítica dos direitos humanos no país.

Terceiro: A OEA negociou o acordo para implementar um grupo independente de especialistas para julgar os assassinatos de manifestantes.

Quarto: A OEA tem um trabalho urgente em andamento no país em favor das instituições democráticas.

Todo esse trabalho continuará, com base nos mesmos objetivos e princípios da democracia e dos direitos humanos.

Referencia: PD-025/18