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Segurança dos Pequenos Estados Insulares

Relatórios

CONSELHO PERMANENTE DA
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS

COMISSÃO DE SEGURANÇA HEMISFÉRICA

OEA/Ser.G
CP/CSH-375/01
22 março 2001
Original: espanhol

RELATÓRIO SOBRE AS ATIVIDADES REALIZADAS PELA SECRETARIA-GERAL
EM RESPOSTA ÀS PREOCUPAÇÕES ESPECIAIS DE SEGURANÇA
DOS PEQUENOS ESTADOS INSULARES

[Documento preparado pela Secretaria-Geral em cumprimento à resolução
AG/RES. 1744 (XXX-O/00), parágrafo dispositivo 2, b]

ÍNDICE

I. VÍNCULO ENTRE COMÉRCIO, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SEGURANÇA

A. Apoio a Entidades da ALCA 
B. Seminários sobre a ALCA 
C. Curso de Treinamento para Funcionários Governamentais 

II. PROTEÇÃO CONTRA CONDIÇÕES AMBIENTAIS E DESASTRES ECOLÓGICOS 

III. FORTALECIMENTO E APRIMORAMENTO DA SEGURANÇA PORTUÁRIA 

A. Cursos 
B. Comitê Técnico Consultivo (CTC) sobre Segurança Portuária 
C. CTC sobre Controle da Navegação e Proteção do Meio Ambiente 
D. Apoio à OMI na Realização do Curso Regional sobre Prevenção e Controle do Tráfico Ilícito de Drogas a Bordo de Embarcações 

IV. APOIO A INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS 

A. Descentralização, Governo Local e Participação Popular 
B. Elaboração de Projetos Legislativos 
C. Modernização dos Sistemas Eleitorais e dos Registros Civis 
D. Reforma Constitucional 
E. Missões de Observação Eleitoral (MOE) 

V. COOPERAÇÃO PARA A ERRADICAÇÃO DO NARCOTRÁFICO E DO ABUSO DE DROGAS 

VI. DESENVOLVIMENTO E COOPERAÇÃO TÉCNICA 

 

Este relatório descreve as atividades empreendidas pela Secretaria-Geral no ano 2000 em cumprimento à resolução AG/RES. 1744 (XXX-O/00), parágrafo dispositivo 2, b. Por esse parágrafo são reiterados os mandatos da resolução AG/RES. 1640 (XXIX-O/99), parágrafo dispositivo 13, que instruiu a Secretaria-Geral no sentido de que "continue a desenvolver uma ação apropriada para atender às preocupações especiais de segurança dos pequenos Estados insulares, inclusive aquelas identificadas na Reunião de Alto Nível sobre as Preocupações Especiais de Segurança dos Pequenos Estados Insulares, realizada em São Salvador em fevereiro de 1998 e na Reunião Especial da Comissão de Segurança Hemisférica, realizada em outubro de 1996." Mediante o parágrafo dispositivo 15 da resolução AG/RES. 1640 (XXIX-O/99), a Assembléia Geral também incumbiu a Secretaria-Geral de "informar o Conselho Permanente, por intermédio da Comissão de Segurança Hemisférica, antes do Trigésimo Período Ordinário de Sessões da Assembléia Geral, sobre o cumprimento do disposto nesta resolução".

As atividades realizadas são apresentadas por tópicos, na seguinte forma: aspectos econômicos, meio ambiente e desastres naturais, segurança portuária, promoção da democracia, cooperação na erradicação do narcotráfico e do uso ilícito de drogas e desenvolvimento e cooperação técnica.

I. VÍNCULO ENTRE COMÉRCIO, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SEGURANÇA

Um dos principais mandatos da Unidade de Comércio é apoiar o desenvolvimento econômico e o fortalecimento da capacidade comercial e dos recursos das economias menores. Isso ocorre sob diferentes formas, tais como apoio aos grupos de negociação e às comissões especiais da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), atividades de cooperação técnica em comércio, seminários e cursos de treinamento sobre assuntos da ALCA para funcionários governamentais dos países de menor desenvolvimento relativo no contexto da ALCA.

A. Apoio a Entidades da ALCA

Dentre as principais atividades da Unidade de Comércio da OEA estão compreendidas, no que concerne à ALCA, a prestação de cooperação técnica a seus grupos de negociação e comissões especiais e o apoio à participação das economias menores nessas negociações. Nesse sentido, a Unidade de Comércio da OEA atuou junto ao Grupo Consultivo da ALCA (CGSE) sobre Economias Menores, bem como junto ao anterior Grupo de Trabalho sobre Economias Menores (WGSE) durante a fase preparatória do processo da ALCA. Essa ação está refletida nos relatórios dos anos anteriores sobre as Preocupações Especiais de Segurança dos Pequenos Estados Insulares.

Ainda como parte de seus esforços de apoio ao CGSE da ALCA, a Unidade de Comércio continua a compilar informação sobre necessidades de cooperação técnica das economias menores e vem armazenando essa informação em banco de dados. Esse banco de dados foi liberado e posto à disposição do público – inclusive de organizações doadoras – por meio da página da ALCA na Internet. A Unidade de Comércio também compilou fontes de programas de cooperação técnica sobre comércio disponíveis para as economias menores em cada uma das áreas de negociação da ALCA. Em 2000, a Unidade de Comércio apoiou o Grupo Consultivo sobre Economias Menores na definição das Bases da Cooperação Técnica e atualmente apóia a sua implementação. Como parte da implementação das Bases da Cooperação Técnica, a OEA está criando um banco de dados que reorganiza e consolida informação sobre oferta e demanda de cooperação técnica no processo da ALCA. Esses dados podem ser encontrados na página da ALCA na Internet, buscando-se "technical assistance" no seguinte endereço: http://www.ftaa-alca.org/tecass/tapindex.asp

Além do CGSE, a Unidade de Comércio da OEA também apóia as economias menores em seus trabalhos para os grupos de negociação da ALCA sobre o seguinte: Investimento; Serviços; Propriedade Intelectual; Subsídios, Taxas Antidumping e Compensatórias; Política de Concorrência; e Solução de Controvérsias. Também vem apoiando o Grupo de Negociação sobre Acesso a Mercados na área de padrões e barreiras técnicas ao comércio e a Comissão Conjunta de Especialistas Governo-Setor Privado no campo do comércio eletrônico.

A cooperação técnica vem desempenhando papel cada vez mais importante no trabalho da Unidade de Comércio, inclusive na organização e participação de seminários regionais, elaboração de estudos e compilação de oportunidades de ensino de políticas de comércio e treinamento disponíveis no Hemisfério. Em 2000, sob financiamento da USAID, a Unidade de Comércio publicou o estudo conjunto Unidade de Comércio-USAID intitulado Trade Education Resources in the Western Hemisphere: An Assessment of Demand and Supply. Como parte desse estudo, foi criada e lançada na página oficial da ALCA na Internet o Banco de Dados sobre Ensino de Comércio (TED), sob o título de cooperação técnica, a pedido dos ministros do Comércio do Hemisfério. Essa base de dados, que contém 271 programas sobre ensino de política de comércio e treinamento em todo o Hemisfério, foi atualizada em 2000 e o continuará a ser em 2001.

 

B. Seminários sobre a ALCA

Em 2000, a Unidade de Comércio foi solicitada a proporcionar tanto a base conceptual como a organização de seminários destinados a promover a formação de capacidade e treinamento em questões comerciais. Durante o ano, a Unidade de Comércio realizou vários seminários regionais sobre matérias relacionadas com a ALCA com ênfase na participação das economias menores. No contexto dos projetos de cooperação técnica da Unidade de Comércio, organizados com a colaboração financeira da Agência Interamericana de Cooperação e Desenvolvimento da OEA (AICD), foram realizados dois seminários regionais para tratar de questões específicas de importância para as negociações da Área de Livre Comércio das Américas. Todas essas atividades estão voltadas para os países de menor desenvolvimento relativo das Américas.

Seminário sobre Comércio Eletrônico

A Unidade de Comércio e a Faculdade de Direito da Universidade de Guadalajara organizaram um seminário de política de alto nível, de dois dias, sobre "Comércio Eletrônico: Questões de Comércio e Desafios nas Américas" em Guadalajara, México, de 5 a 6 de dezembro de 2000. O objetivo do seminário foi estimular o debate sobre o impacto das novas tecnologias e do crescimento do comércio eletrônico no comércio no Hemisfério e como essas novas tecnologias afetam diversas áreas que atualmente estão sendo negociadas em nível regional e multilateral. Participaram do evento seis pessoas dos países caribenhos.

Seminário sobre Facilitação de Negócios

Em dezembro de 2000, a Unidade de Comércio organizou, juntamente com a Conferência Latino-Americana de Companhias Express – CLADEC, em Miami, o seminário-workshop "Implementação das Medidas de Facilitação de Negócios da Área de Livre Comércio das Américas". Nessa atividade os participantes i) reviram a implementação das oito medidas de facilitação de negócios acordadas pelo ministros do Comércio em Toronto; ii) identificaram as dificuldades/obstáculos para implementar tais medidas; e iii) exploraram idéias sobre como o setor privado e os provedores de cooperação técnica podem trabalhar juntos para facilitar o acesso a recursos a fim de implementar as medidas ainda não postas em prática. Participaram do seminário mais de doze funcionários da alfândega dos países caribenhos.

Participação em seminários diversos

Além disso, o pessoal da Unidade de Comércio participou freqüentemente, como convidado, de vários eventos organizados nos pequenos Estados insulares do Caribe, orientando sobre o processo da ALCA e diferentes questões de comércio. A Unidade de Comércio esteve presente à Reunião do Grupo de Reflexão de Alto Nível sobre Serviços, realizada em Nassau de 25 a 26 de março como parte de uma iniciativa em andamento para formular a estratégia de negociação da Região em matéria de Serviços. O evento foi organizado pelo Mecanismo Regional de Negociação do Caribe (RNM). A programação incluiu painéis sobre os seguintes temas: Avaliação do Acordo-Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS); GATS 2000 e Novas Diretrizes na Liberalização do Comércio de Serviços; o Processo da ALCA e Serviços num Acordo Pós-Lomé; Liberalização de Serviços e Reforma Normativa; o Setor de Serviços no Caribe; assim como o enfoque setorial específico em telecomunicações, transporte marítimo, serviços financeiros e seguros, entretenimentos, serviços de informação e comércio eletrônico.

A Unidade de Comércio também apoiou a organização do "Seminário-workshop sobre Serviços Caribenhos", em parceria com o Mecanismo Regional de Negociação do Caribe /Projeto Regional de Cooperação Técnica do BID, realizado em Bridgetown, Barbados, de 8 a 11 de maio de 2000. Esse projeto teve dois componentes, a saber: 1. fortalecimento da capacidade técnica do RNM mediante um programa de estudos sobre políticas técnicas; e 2. fortalecimento da capacidade de negociação dos Estados membros da CARICOM por meio de um programa de treinamento.

Em 12 e 13 de maio de 2000, funcionários da Unidade de Comércio participaram do seminário-workshop "Identificação de Medidas que Incidem sobre o Comércio de Serviços", organizado pela ECLAC para os países da CARICOM com vistas a cumprir o mandato ministerial de Toronto, "averiguar oportunidades de cooperação técnica para facilitar a organização de um inventário de medidas que afetam o comércio de serviços e o estabelecimento de um programa de trabalho visando a aprimorar as estatísticas sobre esse comércio". O evento foi realizado em Barbados e contou com a participação de funcionários da Administração da CARICOM que acompanham as negociações em matéria de serviços.

C. Curso de Treinamento para Funcionários Governamentais

A Unidade de Comércio também continua a oferecer o curso de treinamento "Questões de Comércio Multilateral e Regional para as Américas: Curso Avançado de Treinamento para Funcionários Governamentais". Esse programa de capacitação, iniciado no verão de 1998, constitui um esforço conjunto da OEA, da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Universidade de Georgetown. O curso consiste de módulos apresentados por analistas e profissionais de comércio de alto nível oriundos da OMC, da Unidade de Comércio da OEA, da Faculdade da Universidade de Georgetown, do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico e de instituições sub-regionais, bem como de universidades, escritórios de advocacia e laboratórios de reflexão

No curso são abordados os principais assuntos que estão sendo negociados na ALCA (acesso a mercados - tarifas, medidas não-tarifárias, regras de origem, procedimento aduaneiro, salvaguardas e padrões/barreiras técnicas ao comércio - agricultura, serviços, investimento, aquisições governamentais, política de concorrência, solução de controvérsias, direitos de propriedade intelectual, subsídios/medidas antidumping e compensatórias), bem como as tendências regionais da integração econômica e a situação das conversações multilaterais e regionais sobre comércio. O curso busca aumentar a participação de negociadores dos países de menor desenvolvimento relativo na ALCA e em outras negociações comerciais. No verão de 2000, 23 funcionários do Caribe anglófono participaram do treinamento, inclusive funcionários do Mecanismo Regional de Negociação do Caribe. Os participantes receberam um livro-texto preparado para o curso pela Unidade de Comércio, juntamente com outros materiais sobre política de comércio.

O CD-Rom com todo o conteúdo da página da Internet do Sistema de Informação sobre Comércio Exterior (SICE) foi distribuído aos participantes do curso. As datas previstas para os módulos do curso a serem oferecidos em 2001, em espanhol, são 18 a 29 de junho e, em inglês, 9 a 20 de julho. Está sendo preparado para distribuição aos participantes um livro de texto contendo trabalhos apresentados por vários especialistas da Unidade de Comércio sobre os diferentes temas.

Além disso, em 2000 a Unidade de Comércio recebeu três estagiários do Mecanismo Regional de Negociação do Caribe. Essa experiência fortaleceu a capacidade de comércio dos pequenos Estados insulares ao permitir o aprendizado em política de comércio e negociações no contexto da ALCA a seus treinandos, que também participaram do Curso de Comércio da Universidade de Georgetown.

II. PROTEÇÃO CONTRA CONDIÇÕES AMBIENTAIS E DESASTRES ECOLÓGICOS

Nos últimos anos, os furacões Floyd e Lenny voltaram a demonstrar a vulnerabilidade dos países em desenvolvimento das pequenas ilhas do Caribe a furacões e tempestades tropicais. Os efeitos arrasadores desses eventos ameaçam o bem-estar social e o desenvolvimento sustentável de muitos dos menores Estados membros da OEA. A vulnerabilidade a esses conhecidos desastres climáticos vem-se agravando ante os efeitos cada vez maiores das mudanças climáticas globais, que podem estar provocando aumentos na freqüência e intensidade de catástrofes climáticas. Enquanto as tempestades e as conseqüentes inundações e deslizamentos constituem os desastres mais freqüentes, os terremotos e os vulcões também representam sérios riscos para a região.

A ameaça que significam para os pequenos Estados insulares os desastres naturais e ambientais constituiu tema de relevância na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (UN/SIDS), realizada em Bridgetown, Barbados, em 1994. O Programa de Ação então elaborado clama por iniciativas regionais e nacionais a fim de reduzir a vulnerabilidade aos desastres naturais e ambientais mediante o fortalecimento da capacidade institucional de monitoramento e previsão de riscos e formular medidas eficazes para a redução de riscos. Aspectos sociais e econômicos de importância dessas iniciativas foram apresentados na Cúpula das Américas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, em 1996. Mais recentemente, em maio de 1997, Estados membros do Caribe e os Estados Unidos participaram da Parceria para a Prosperidade e a Segurança no Caribe, que visa, entre outras ações, à efetiva cooperação em matéria de prevenção de catástrofes e o seu enfrentamento.

Em resposta às preocupações de seus Estados membros, o GS/OEA, por intermédio da Unidade de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (UDSMA), desenvolveu e implementou uma série de programas de cooperação técnica nas áreas de mitigação de desastres naturais e adaptação a mudanças climáticas globais, havendo obtido sucesso na captação de recursos externos para tais programas.

O objetivo do apoio técnico do GS/OEA na área de desastres naturais é evitar ou minimizar catástrofes mediante ações de planejamento de desenvolvimento e formulação de projetos para reduzir a vulnerabilidade a desastres naturais. Isso é obtido por meio do apoio à formulação de políticas, avaliação de desastres e vulnerabilidade, treinamento em técnicas de mitigação de catástrofes e identificação de medidas de mitigação para projetos de desenvolvimento de investimento. As atividades são geralmente executadas como parte de programas de cooperação técnica realizados em nível nacional ou regional com a colaboração de instituições desses dois níveis. Em resposta à Cúpula sobre o Desenvolvimento Sustentável foi criado o Diálogo Interamericano para Redução de Desastres com vistas a promover o intercâmbio de idéias em todos os níveis sobre questões relacionadas a redução de desastres e desenvolvimento. Foram obtidos recursos externos da USAID, da Comunidade Européia e do PNUD.

Em dezembro de 1999 foi encerrado o Projeto de Mitigação de Catástrofes no Caribe (CDMP), projeto de 5 anos e de US$5 milhões executado pelo GS/OEA com financiamento da USAID. Instituições regionais chave, a exemplo da Agência de Atendimento a Desastres e Emergências do Caribe (CDERA), do Banco de Desenvolvimento do Caribe (CDB) e do Instituto Caribenho de Meteorologia e Hidrologia (CIMH), estão assumindo a responsabilidade por diversos programas do CDMP. Os relatórios finais do projeto podem ser encontrados em http://www.oas.org/en/CDMP/.

Em resposta aos prejuízos ocasionados pelo furacão Georges em Antígua e Barbuda e em Saint Kitts e Nevis, o GS/OEA está executando um projeto de mitigação de desastres de 18 meses de duração e financiamento de US$1.150.000,00 da USAID. O projeto, iniciado em fevereiro de 2000, está centrado na redução a longo prazo de riscos de desastres mediante a integração das ações de mitigação de catástrofes às de planejamento do desenvolvimento, o fortalecimento de padrões e práticas de construção e o aprimoramento dos sistemas de proteção emergencial e informação pública e educação. Após a passagem do furacão Lenny, em 1999, mais US$550.000,00 foram proporcionados pela USAID para intensificar a capacidade de projeção, construção e manutenção da infra-estrutura costeira em Antígua e Barbuda, Dominica, Santa Lúcia e Grenada, quatro países seriamente afetados pelo furacão. O GS/OEA contratou o Instituto de Engenharia Santo Agostinho da Universidade das Índias Ocidentais e selecionou consultores caribenhos e internacionais para organizar um amplo programa de treinamento para engenheiros dos setores público e privado naqueles países.

A implementação do Plano Caribenho para Adaptação a Mudanças Climáticas Globais (CPACC) está entrando em seu quarto e último ano. Todos os nove componentes do projeto estão prestes a ser concluídos, e o enfoque da equipe regional do CPACC e das contrapartidas nacionais está concentrado nos produtos e resultados finais que derivarão do projeto.

A Unidade Regional de Implementação de Projeto (RPIU), estabelecida pelo GS/OEA na Universidade das Índias Ocidentais em Barbados e a ser implementada pelo CPACC, começou a assumir responsabilidades sob a estrita execução do Projeto CPACC. A RPIU vem participando cada vez mais do debate regional sobre mudanças climáticas, e órgãos nacionais têm solicitado a assessoria e o apoio técnico da RPIU nesse campo. Essa Unidade também passou a ser um ponto central de discussão dos mecanismos de Kyoto e apoio técnico para a Conferência das Partes.

Foi nesse contexto que a direção política da CARICOM solicitou às instituições que estão implementando o CPACC – Banco Mundial, OEA e Universidade das Índias Ocidentais – que continuem e intensifiquem seus esforços de apoio aos Estados membros da CARICOM em sua adaptação às mudanças climáticas globais. A equipe adotou um enfoque programático nessas questões e candidatou-se a uma doação GEF para desenvolvimento de projeto a fim de preparar o próximo projeto do CPACC, intitulado "Implementação da Adaptação à Variabilidade Climática e às Mudanças Climáticas Globais no Caribe" (IMPACC). O principal objetivo desse projeto será incluir o tema mudanças climáticas na agenda de desenvolvimento dos países participantes, com base nas experiências obtidas por meio do CPACC. Simultaneamente, a Secretaria da CARICOM deu início às ações legais e administrativas com vistas ao estabelecimento de um mecanismo permanente para tratar da questão das mudanças climáticas na região, que viria a ser o Centro Caribenho de Mudanças Climáticas. Esse centro, previsto para ser estabelecido no segundo semestre de 2001, funcionará como agência executora do projeto IMPACC e de quaisquer outros projetos regionais no campo das mudanças climáticas. 

 

III. FORTALECIMENTO E APRIMORAMENTO DA SEGURANÇA PORTUÁRIA

A Comissão Interamericana de Portos (CIP), criada pela Assembléia Geral da OEA em 1998, tem por objetivo principal servir de foro interamericano permanente dos Estados membros da Organização para o fortalecimento da cooperação na área de desenvolvimento portuário com a participação e a colaboração ativas do setor privado. Nesse sentido, a CIP apóia os pequenos Estados insulares nas diferentes áreas do desenvolvimento do setor portuário. Durante 2000, diversas atividades foram orientadas para o fortalecimento e aprimoramento da segurança portuária, especialmente no que concerne aos pequenos Estados insulares, a exemplo das que são destacadas a seguir.

A. Cursos

1. V Curso Sub-Regional sobre Segurança Portuária

Esse curso foi realizado em Castries, Santa Lúcia, de 26 a 30 de junho de 2000, de acordo com o programa interamericano de capacitação aprovado para aquele ano pelo Comitê Executivo da CIP. Seu principal objetivo consistiu em aumentar a segurança de cargas e portos na região. Os instrutores foram especialistas provenientes dos portos de Nova York/Nova Jersey e Miami e do Serviço Alfandegário dos Estados Unidos. A Autoridade Portuária de Santa Lúcia prestou valioso apoio à organização e ao patrocínio do curso, além de colaborar nos aspectos logísticos e oferecer a infra-estrutura do porto de Castries para a realização dos módulos práticos previstos no programa. A Administração Marítima dos Estados Unidos também colaborou na organização do evento. Participaram 29 funcionários de segurança dos portos dos seguintes países membros da OEA: Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Dominica, Grenada, Guiana, Jamaica, Saint Kitts e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Trinidad e Tobago. Os participantes estrangeiros receberam ajuda de custo para passagem aérea e despesas de estada do Fundo Específico Programa Portuário Especial para o qual contribuem as autoridades portuárias dos Estados membros da OEA. Além desses, participaram funcionários dos portos das Ilhas Virgens Britânicas e de Curaçao, a suas custas.

Os participantes do curso aprovaram um conjunto de recomendações e conclusões que podem ser resumidas nos seguintes tópicos:

Cooperação regional: i) os países do Caribe devem trabalhar juntos, permutar informação, desenvolver parcerias, realizar operações conjuntas e promover o intercâmbio do pessoal de segurança; ii) também devem trabalhar de forma articulada e integrada contra os elementos criminais da área; iii) os canais de comunicação devem estar abertos entre os países do Caribe, e o correio eletrônico deve ser utilizado nas comunicações; iv) devem ser destinados recursos para a criação de um escritório regional de segurança portuária; v) deve ser criada uma organização regional de segurança portuária; e vi) devem ser desenvolvidas estratégias de segurança e planos para a região.

Administração da segurança portuária: i) desenvolver e automatizar os relatórios de incidentes; ii) aperfeiçoar a ética no trabalho; iii) fazer com que as forças de segurança interajam com a administração civil do porto; iv) trabalhar com forças de segurança da indústria (empresas de transporte); v) os supervisores deverão motivar o pessoal, introduzindo um sistema de elogios e recompensa; vi) desenvolver o senso de comunidade portuária (a comunidade do porto); (vii) elaborar estudos de viabilidade de programas de segurança de curto e longo prazo e calcular seu custo-benefício; (viii) realizar reuniões semanais do pessoal de segurança e distribuir suas atas a todo o pessoal do porto; (ix) comunicar-se através de toda a cadeia (chefe>supervisor>líderes de grupo>funcionários); (x) compartilhar informação com o pessoal de segurança dos navios de cruzeiro; e (xi) utilizar um arquivo de leituras de acesso a todos os funcionários.

Padrões de segurança portuária e práticas aprimoradas: i) estabelecer padrões baseados em práticas bem-sucedidas dos portos; ii) utilizar os padrões da Organização Marítima Internacional (OMI); e iii) utilizar as enquetes da página do Serviço Alfandegário dos Estados Unidos na Internet sobre esse tema.

Treinamento: i) enviar pessoal de segurança às escolas das forças de segurança dos Estados Unidos; posteriormente, esse pessoal servirá de facilitador nos treinamentos nas ilhas; ii) manter atividades de treinamento conjuntas entre as ilhas; iii) garantir recursos para o treinamento do pessoal de segurança; iv) a OEA deverá instituir um grupo de inspeção de segurança portuária com representantes de cada país que queiram se tornar peritos e depois atuar como facilitadores no Caribe; v) organizar em cada país um programa de treinamento por módulos para portos; vi) treinar os novos funcionários e estimulá-los a praticarem o treinamento recebido; e vii) realizar exercícios práticos.

Operações gerais dos portos: i) um guarda de segurança, pelo menos, deve estar em cada um dos acessos e outro deve estar em ronda continuamente; ii) criar uma comissão de segurança portuária com representantes das autoridades dos portos e do governo e agentes de embarcações para desenvolver um plano de segurança; iii) não deve ser permitida a presença de táxis e automóveis próximo às embarcações, devendo ser designadas áreas de estacionamento; iv) é essencial dispor de uma área cercada de, pelo menos, 8 pés; v) os terminais dos navios de cruzeiro devem dispor de equipamento adequado para detectar armas, drogas, explosivos e outros produtos ilegais; vi) deve haver um sistema de identificação obrigatória dos passageiros dos navios de cruzeiro; vii) deve haver uma combinação de atividades de segurança (por exemplo: verificar equipamentos tais como extintores de incêndio, vistoriar os equipamentos dos cais tais como guindastes, elevadores de carga, etc.; viii) inspecionar e registrar os barcos locais, devendo os operadores estar devidamente autorizados; ix) os contêineres que voltem ao porto por exportação devem ser totalmente vistoriados a fim de assegurar a ausência de bens de contrabando e drogas; e x) o chefe da segurança deve estar no mesmo nível dos demais chefes na estrutura administrativa com vistas à adequada comunicação.

2. Curso Piloto para Formação de Trabalhadores Portuários com Ênfase em Segurança Portuária

Esse evento foi realizado em Barbados de 28 de fevereiro a 2 de março de 2000, havendo sido preparado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Autoridade Portuária de Barbados sob os auspícios da Comissão Interamericana de Portos da OEA. Participaram 30 bolsistas de Bahamas, Barbados, Grenada, Jamaica e Trinidad e Tobago. Foram apresentados 31 módulos no curso, desenvolvidos pela OIT, os quais compreenderam uma série de aspectos operacionais da atividade portuária, inclusive segurança portuária e detecção do tráfico ilícito de drogas nos portos e em embarcações aportadas.

 

B. Comitê Técnico Consultivo (CTC) sobre Segurança Portuária

Os CTC são órgãos estabelecidos pela Comissão Interamericana de Portos da OEA que têm por objetivo assessorar dita Comissão em aspectos especializados do desenvolvimento portuário; são formados por especialistas governamentais e peritos do setor privado. O CTC sobre Segurança Portuária presta assessoramento em aspectos relacionados com a segurança no porto de passageiros e carga a fim de garantir a existência de portos seguros e eficientes no Hemisfério, mas não trata de aspectos de segurança industrial. Dessa forma, as autoridades dos portos poderão contar com a informação e os meios necessários para a ótima tomada de decisões que incidam na redução significativa das atividades delituosas e dos acidentes de trabalho durante as jornadas de operação. Por ocasião da primeira reunião da Comissão Interamericana de Portos, realizada na Guatemala em outubro de 1999, foi aprovado criar este CTC, que é presidido pelos Estados Unidos e de que formam parte Argentina, Barbados, Colômbia, Chile, Guatemala, Jamaica, México, Peru e Uruguai. Entre as funções desse Comitê destacam-se as seguintes: i) compilar e permutar informação sobre segurança portuária, inclusive o uso de tecnologia avançada para reduzir os riscos de segurança; ii) delinear e manter um banco de dados com informação pertinente a seus trabalhos; iii) recomendar programas de capacitação baseados nas necessidades dos países membros; iv) recomendar diretrizes de segurança portuária; v) elaborar relatórios, estudos e documentos técnicos especializados; vi) organizar reuniões e atividades nacionais e internacionais sobre sua área de especialidade; e vii) informar a presidência do Comitê Executivo sobre os progressos ou resultados de seu trabalho, por escrito, a cada seis meses.

O CTC sobre Segurança Portuária realizou sua primeira reunião em dezembro de 2000 em Barbados, a qual contou com a presença dos seguintes países: Antígua e Barbuda, Argentina, Barbados, Chile, Costa Rica, Dominica, Equador, Espanha, Estados Unidos, Grenada, Guatemala, Guiana, México, Peru e Venezuela. Os principais resultados da reunião foram os seguintes: i) apoiar os trabalhos da Organização Marítima Internacional (OMI) relacionados com a elaboração de um manual de segurança para portos da América Latina e do Caribe; Barbados participará desse grupo de trabalho, representando os países caribenhos; ii) realizar atividades de capacitação, de modo especial aperfeiçoando os cursos que atualmente são ministrados em matéria de segurança e apresentando as novas tecnologias em vigor a respeito desse tema; também será dada atenção à identificação de especialistas em segurança que estejam disponíveis para colaborar como professores do curso e em outras atividades de formação que a Comissão Interamericana de Portos da OEA programar; iii) registrar estatísticas referentes a delitos nos portos, as quais servirão para a realização de uma avaliação eficaz dos avanços das ações empreendidas nesse campo; iviii) coordenar uma ação com a Organização Marítima Internacional do Báltico (BIMCO) com vistas a dispor, como referência, do modelo de segurança que essa Organização está aplicando e identificar os elementos que possam ser usados na região; v) realizar um inventário dos modernos equipamentos de segurança que estão sendo usados nos portos da região a fim de difundir informação referente a seu uso, tecnologia, resultados e custos, entre outros; vi) elaborar um cadastro do pessoal responsável pela segurança em cada porto do Hemisfério com vistas a contar com uma rede de comunicação e intercâmbio de idéias por meio da Internet; a Autoridade Portuária da Virgínia coordenará essa ação; e vii) criar um instrumento padrão para contratação de empresas de segurança; o representante do porto de Houston distribuirá as diretrizes sobre os requisitos para a contratação desse serviço, e a representante dos Estados Unidos na CIP atuará em articulação com o Comitê de Segurança da AAPA sobre esse aspecto. Este CTC reunir-se-á nos Estados Unidos em 2001, em data a ser fixada.

 

C. CTC sobre Controle da Navegação e Proteção do Meio Ambiente

Da mesma forma que o CTC sobre Segurança, este CTC foi criado com o propósito de prestar assessoria em aspectos referentes a controle de navegação e segurança do meio ambiente portuário. Este CTC é constituído por Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos, México e Panamá. De sua primeira reunião, realizada em Barbados em dezembro de 2000, participaram delegados de Antígua e Barbuda, Argentina, Barbados, Canadá, Equador, Espanha, Grenada, Guiana, México, Peru, Santa Lúcia, Trinidad e Tobago e Venezuela. Foi decidido preparar planos de gestão ambiental, incluindo o tratamento de mercadorias de risco e de estações de recepção de lixo e resíduos sólidos, que representam séria ameaça aos ecossistemas dos portos da região. Também foi decidido fortalecer o intercâmbio de informação sobre essa questão entre as autoridades portuárias a fim de empreender ações concretas e efetivas sobre manejo de cargas contaminadoras e seus efeitos no ambiente. Os trabalhos deste CTC continuarão a realizar-se ativamente em 2001, e sua reunião anual será realizada em Buenos Aires, Argentina, em data a ser fixada.

D. Apoio à OMI na Realização do Curso Regional sobre Prevenção e Controle do Tráfico Ilícito de Drogas a Bordo de Embarcações

Essa atividade de capacitação será realizada em junho de 2001 em Manzanillo, México, e tem por objetivo principal intensificar as medidas de segurança nos portos e a bordo de embarcações com vistas a impedir sua utilização para o tráfico ilícito de drogas. Ao mesmo tempo, busca aumentar o nível de conscientização do pessoal do setor portuário e marítimo sobre a magnitude do problema mundial que representa o narcotráfico. É esperada a participação de diferentes delegados dos portos dos Estados insulares do Caribe.

IV. APOIO A INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

Com vistas a apoiar os países de menor desenvolvimento relativo do Caribe a enfrentarem os diversos desafios de governo que poderiam afetar a sua segurança, a Unidade de Promoção da Democracia (UPD) continuou a atender a pedidos de colaboração, de acordo com o Plano de Ação em 2000 da Unidade constante do documento CP/doc.3282/00 e dos mandatos da Assembléia Geral da OEA, inclusive a resolução AG/RES. 1744.

Nesse sentido, houve permanente contato com a Secretaria da CARICOM, particularmente com relação ao Programa de Apoio à Democracia e à Boa Administração no Caribe, com vistas a coordenar esforços na região, conforme foi determinado em sucessivos períodos de sessões da Assembléia Geral. As duas Secretarias darão continuidade a sua coordenação a fim de implementarem importantes áreas desse Programa de Apoio com base nos pedidos recebidos e nos parceiros identificados, tal como ocorreu nas áreas de educação e solução de controvérsias.

Além disso, houve estreita coordenação com a CARICOM em vista das dificuldades vivenciadas pelo Haiti, decorrentes das eleições parlamentares e municipais de 21 de maio, bem como para a implementação da resolução CP/RES. 772, pela qual o Conselho Permanente instituiu uma missão de alto nível para visitar o Haiti a fim de identificar junto às autoridades e outros setores da sociedade recomendações para solucionar os problemas. A UPD, na pessoa de seu Coordenador Executivo, acompanhou e apoiou essa missão de alto nível.

A UPD também prestou colaboração aos pequenos Estados do Caribe nas seguintes áreas:

A. Descentralização, Governo Local e Participação Popular

O fórum sub-regional "Eficiência no Governo Local: Novas Abordagens para Aperfeiçoar a Gestão Municipal" foi realizado em Montego Bay, Jamaica, de 16 a 17 de maio de 2000 com a cooperação do Governo jamaicano, da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e da Associação Cidade Internacional/Administração Municipal (ICMA). Cerca de 70 participantes analisaram os desafios com que deparam os responsáveis pela formulação de políticas e beneficiários em áreas de administração local, ressaltadas nas correspondentes seções da Segunda Cúpula das Américas.

A rede de especialistas e pessoal técnico instituída pelo Programa de Cooperação da UPD durante a primeira reunião sub-regional do Caribe, realizada em 1998, foi aperfeiçoada e aumentada nesse segundo encontro.

B. Elaboração de Projetos Legislativos

Um terceiro seminário-workshop sobre capacitação jurídica dirigido ao Caribe anglófono foi levado a cabo em Barbados de 7 a 11 de fevereiro de 2000, graças a uma doação do Governo do Reino Unido e ao apoio técnico da Universidade das Índias Ocidentais, por meio de sua Faculdade de Direito, no campus de Cave Hill, em Barbados. Seu objetivo foi colaborar com os ministros responsáveis pela elaboração de projetos jurídicos no Caribe anglófono para o fortalecimento de sua capacidade técnica interna a fim de fazer face às várias demandas de um escritório governamental moderno de elaboração de projetos legislativos.

C. Modernização dos Sistemas Eleitorais e dos Registros Civis

Houve significativo apoio em matéria de sistemas eleitorais e registros civis em resposta a pedidos de vários Estados membros da CARICOM. Em Belize, a UPD vem atuando junto ao Escritório de Eleições e Fronteiras e ao escritório do Registro-Geral desde 1997 para automatizar os registros eleitoral e cívico. Durante esse período, especialistas da UPD e um especialista em informática visitaram o país para determinar as futuras necessidades do projeto. A suas próprias expensas, a Comissão de Eleições e Fronteiras expandiu a capacidade do sistema da OEA e implementou um amplo programa de treinamento para seus usuários. O Registro Civil de Belize solicitou mais apoio, mas conforme fora decidido entre a OEA e o Escritório do Procurador-Geral, a participação da OEA será retomada quando houver sido contratado um administrador técnico em tempo integral.

Um programador está trabalhando em Santa Lúcia desde outubro de 2000 no desenvolvimento de um programa para a entrada, armazenamento e revisão de informação referente aos registros eleitoral e civil. O programador também tem trabalhado em conjunto com as equipes de ambos os escritórios a fim de familiarizá-las com a tecnologia e uso do sistema.

Em outubro de 2000, um especialista da UPD esteve em Grenada para avaliar a situação do projeto de apoio eleitoral no país. O registro civil, delineado e apoiado pela OEA, tem funcionado adequadamente, e a maioria dos nascimentos vem sendo registrada no sistema. Um especialista em informática voltou ao país em dezembro para tratar de problemas de pequeno porte no uso de programas. Para assegurar permanente capacitação e o aperfeiçoamento futuro dos registros civil e eleitoral no Caribe, a UPD elaborou um manual para usuários e programadores de Grenada que será reproduzido em Belize e Santa Lúcia.

D. Reforma Constitucional

A pedido do Governo de Grenada, um especialista da UPD viajou àquele país em outubro de 2000 para reunir-se com membros do Governo e da oposição a fim de analisarem uma proposta de apoio às iniciativas de reforma constitucional no país. A UPD redigiu uma proposta de contribuições voluntárias para apoiar esse projeto.

E. Missões de Observação Eleitoral (MOE)

A cooperação prestada pela OEA aos Estados membros por meio de suas missões de observação eleitoral., no sentido de realizarem eleições transparentes e fidedignas, também foi solicitada pelos Estados membros do Caribe conforme consta a seguir.

A convite do Governo do Haiti, uma missão de observação eleitoral foi organizada para observar as eleições parlamentares, municipais e locais realizadas em 21 de maio de 2000 naquele país. Para chefiar a missão o Secretário-Geral nomeou o Embaixador Orlando Marville, ex-Secretário-Geral Adjunto da CARICOM. Ao todo, a OEA treinou, disponibilizou e recebeu informação de mais de 200 observadores e, em 21 de maio, observou cerca de 1.000 seções eleitorais. A Missão da OEA proporcionou comunicação, treinamento e materiais e disponibilizou informação para os 25 membros da Missão da CARICOM. Os chefes das missões da OEA e da CARICOM mantiveram permanente contato durante o processo eleitoral. A Missão também esteve atenta para as irregularidades observadas que prejudicaram o processo eleitoral, sendo a mais séria a relacionada com determinados cálculos de votos que não foram processados conforme estabelece a Constituição haitiana. No que concerne aos problemas pós-eleitorais, conforme mencionado anteriormente, funcionários da Missão e a UPD colaboraram com a CARICOM, bem como altos funcionários da OEA, com respeito aos mandatos expedidos pelos órgãos políticos quanto ao apoio para a busca de solução aos problemas.

 

V. COOPERAÇÃO PARA A ERRADICAÇÃO DO NARCOTRÁFICO E DO ABUSO DE DROGAS

No cumprimento dos mandatos incluídos na resolução AG/RES. 1744 (XXX-O/00), em 2000, a CICAD:

1. Apoiou as Comissões Nacionais de Drogas de cinco pequenos Estados insulares na formulação e atualização de seus Planos Nacionais Antidrogas; nesse sentido, foram realizados seminários-workshop em Antígua e Barbuda, Jamaica, Haiti, Trinidad e Tobago e São Vicente e Granadinas.

2. Continuou a proporcionar serviços de Internet às Comissões Nacionais de Drogas de diversos Estados membros do Caribe a fim de auxiliar a fomentar o intercâmbio de informação antidroga.

3. Continuou seu programa de treinamento para profissionais e peritos envolvidos no tratamento e recuperação de dependentes de drogas na região anglófona do Caribe. Nesse contexto, a CICAD patrocinou um curso prático em articulação com o Programa Regional de Certificação do Caribe da Universidade das Índias Ocidentais, em Grenada, em 3 e 4 de julho de 2000. Esse curso, de nível avançado e de duas semanas de duração, proporcionou treinamento prático para 45 profissionais caribenhos que concluíram o curso da Universidade. Na realização dessas atividades, foi ressaltado o aumento do consumo de drogas nos pequenos Estados insulares.

4. Organizou um seminário, realizado em Miami em outubro de 2000, sobre o crescente problema das drogas, gangues e violência e prestou colaboração a fim de permitir a participação de representantes do Haiti, Jamaica, República Dominicana e Trinidad e Tobago.

5. Executou o Projeto de Controle de Precursores Químicos no Caribe, iniciado em outubro de 1999, cujos objetivos são fortalecer os sistemas nacionais de controle de substâncias químicas e aperfeiçoar a coordenação e a comunicação entre as instituições responsáveis pelo controle de substâncias químicas na região. Do projeto, financiado pela Comissão Européia, participam 11 países caribenhos. Durante sua implementação, foram identificadas as demandas individuais e coletivas dos países participantes e realizados três seminários-workshop especializados para administradores e funcionários responsáveis pelo controle de substâncias químicas. Esses eventos foram levados a cabo em Santo Domingo, República Dominicana (agosto de 2000), em Castries, Santa Lúcia (outubro de 2000), e em Bridgetown, Barbados (novembro de 2000). Em abril de 2001 está previsto um seminário-workshop em Kingston, Jamaica.

6. Realizou em maio de 2000, em Fort-de-France, Martinica, o Seminário sobre Conscientização a Respeito do Regulamento Modelo para o Controle do Movimento Internacional de Armas de Fogo, suas Peças e Componentes e Munições da OEA/CICAD para a América Central e o Caribe, em articulação com o Centro Regional das Nações Unidas para a Paz, o Desarmamento e o Desenvolvimento na América Latina e no Caribe (UN-LiREC) e com o Centro Interdepartamental de Treinamento Antidroga da França (CIFAD). O seminário constituiu uma oportunidade para apresentar uma visão geral sobre a importância do Regulamento Modelo sobre Armas de Fogo da OEA/CICAD no contexto da implementação da Convenção Interamericana contra a Fabricação e o Tráfico Ilícitos de Armas de Fogo, Munições, Explosivos e Outros Materiais Correlatos, de 1997; para tratar dos princípios fundamentais do Regulamento Modelo; para demonstrar como esse Regulamento deve funcionar na prática em seus aspectos de importação, exportação e transporte, bem como de formulários, certificados e outras modalidades de que trata o Regulamento; e para tratar das condições e responsabilidades básicas dos Estados membros a fim de fazer o sistema funcionar, de modo especial, no que concerne a aspectos de registros e informação. Outros tópicos abordados no seminário foram políticas e práticas nacionais e cooperação internacional e coordenação nacional interinstitucional necessárias para implementar o Regulamento Modelo. Participaram do seminário representantes do Caribe e da América Central, bem como de diversos países observadores e organizações internacionais.

7. Em junho de 2000 começou a coordenar a implementação do projeto regional de desenvolvimento alternativo intitulado " Produção de Banana Orgânica e Manejo Integrado de Pestes com Relação à Banana e à Banana-da-Terra no Caribe". Esse projeto será executado em 2001 na Commonwealth de Dominica, Santa Lúcia e Jamaica. O dramático aumento da produção e tráfico ilícitos de drogas tem causado sérios problemas para a região do Caribe. Isso pode ser observado no aumento da violência e do crime relacionados com drogas. Em vista disso, a CICAD, em colaboração com o CABI Bioscience, delineou este projeto com objetivo de reduzir e prevenir a produção ou expansão de culturas ilícitas mediante a promoção de novas técnicas de produção agrícola e o estabelecimento de métodos e tecnologias apropriadas para o manejo integrado das doenças da banana e da banana-da-terra a fim de proporcionar melhores condições de vida aos produtores e contribuir para a economia nacional dessas ilhas.

8. Proporcionou cooperação técnica a Comissões Nacionais de Drogas por meio do Observatório Interamericano sobre Drogas e organizou seminários-workshop de nível nacional em Antígua e Barbuda, Belize, Jamaica e Suriname para apoiar suas comissões de drogas a desenvolverem sistemas nacionais de informação e estatística, apresentar-lhes uma introdução das aplicações de tecnologias avançadas de informação em áreas afetadas pelo problema das drogas e proporcionar-lhes treinamento no desenvolvimento de páginas na Internet. Foi realizada uma reunião técnica em Santo Domingo, República Dominicana (5 a 7 de março de 2001) sobre Aperfeiçoamento e Fortalecimento da Metodologia de Compilação de Dados de Projeto para o Sistema Interamericano de Informação sobre o Consumo de Drogas (SIDUC). Também fez uma doação de equipamento de informática para as Comissões Nacionais de Drogas do Suriname e de Saint Kitts e Nevis.

9. Proporcionou apoio aos membros caribenhos do Grupo de Peritos Governamentais que participaram do Mecanismo de Avaliação Multilateral a fim de possibilitar sua plena participação em todas as reuniões do Grupo.

 

Finalmente, cabe mencionar que a CICAD decidiu empreender em 2001 ações em áreas de prevenção, tratamento, recuperação, controle de substâncias químicas, desenvolvimento alternativo, informação e estatística, segurança portuária e cooperação marítima antidrogas nos países do Caribe.

VI. DESENVOLVIMENTO E COOPERAÇÃO TÉCNICA

Em 2001 o FEMCIDI continuou a atuar como o principal instrumento de financiamento direto do CIDI para projetos de cooperação técnica. A Secretaria Executiva recebeu e processou 316 pedidos de projetos para o exercício fiscal de 2001, totalizando US$53,1 milhões. De acordo com suas responsabilidades estatutárias, a Secretaria delineou uma proposta de programa que engloba 92 projetos. As comissões especializadas não-permanentes do CIDI (CENPES) reuniram-se em Washington, D.C. de 24 a 26 de outubro de 2000 e recomendaram 69 dos 92 projetos. A Junta de Administração da Agência acrescentou outros 14 projetos para assegurar o adequado equilíbrio regional e temático na distribuição de recursos e aprovou a proposta de programa em sua reunião de 6 de novembro de 2000, realizada em Washington, D.C. As figuras abaixo mostram a comparação entre o percentual de doações para as diferentes regiões em 2001 e 2000. Foi enfatizado o fato de ser assegurado que os Estados membros de economias menores recebam maior percentual de recursos; portanto, ao Caribe foram destinados, para 2001, 40% dos recursos do FEMCIDI, enquanto para 2000 foram alocados 19%. As figuras anexas a este relatório referem-se apenas a projetos a ser executados em 2001. Os projetos realizados em 2000 foram informados no ano passado.

 

 

 

 

RESUMO DOS PROJETOS FINANCIADOS PELO CIDI 

 

País

CeT

Educação

Democracia

Cultura

Dsocial

DseMA

Turismo

Comércio

TOTAL

Mult

Nac

AB

92.000 m

80.917 n

270.917

2

1

98.000 m

BA

180.000 m

150.000 m

330.000

2

BS

30.000 n

30.000 m

9.000 n

124.000

2

2

55.000

BZ

20.000 n

65.000 n

85.000 n

170.000

3

DO

25.000 n

50.000

95.000

3

20.000 n

GR

159.400 n

70.000 m

229.400

1

1

GY

85.000 n

50.000 n

135.000

2

HA

50.000 n

150.000

2

100.000

JA

100.000 m

125.000 m

100.000 m

325.000

3

KN

30.000 m

140.000

2

110.00 m

SU

30.000 n

70.725 m

100.725

1

1

SV

19.693 n

45.120 m

170.000 m

234.813

2

1

SL

84.000 m

70.000 m

154.000

2

TT

60.000 n

490.000 m

550.000

1

1

Total

350.000

475.418

243.400

59.000

431.037

345.000

405.000

590.000

3.008.855

18

17

 

 

 


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