Segurança dos Pequenos Estados Insulares
Relatórios
CONSELHO PERMANENTE DA
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS COMISSÃO DE SEGURANÇA HEMISFÉRICA
|
OEA/Ser.G
CP/CSH-375/01
22 março 2001
Original: espanhol |
RELATÓRIO SOBRE AS ATIVIDADES REALIZADAS PELA
SECRETARIA-GERAL
EM RESPOSTA ÀS PREOCUPAÇÕES ESPECIAIS DE SEGURANÇA
DOS PEQUENOS ESTADOS INSULARES
[Documento preparado pela Secretaria-Geral em
cumprimento à resolução
AG/RES. 1744 (XXX-O/00), parágrafo dispositivo 2, b]
ÍNDICE
I. VÍNCULO ENTRE COMÉRCIO, DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO E SEGURANÇA
A. Apoio a Entidades da ALCA
B. Seminários sobre a ALCA
C. Curso de Treinamento para Funcionários Governamentais
II. PROTEÇÃO CONTRA CONDIÇÕES
AMBIENTAIS E DESASTRES ECOLÓGICOS
III. FORTALECIMENTO E APRIMORAMENTO DA SEGURANÇA PORTUÁRIA
A. Cursos
B. Comitê Técnico Consultivo (CTC) sobre Segurança Portuária
C. CTC sobre Controle da Navegação e Proteção do Meio Ambiente
D. Apoio à OMI na Realização do Curso Regional sobre Prevenção e
Controle do Tráfico Ilícito de Drogas a Bordo de Embarcações
IV. APOIO A INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
A. Descentralização, Governo Local e Participação Popular
B. Elaboração de Projetos Legislativos
C. Modernização dos Sistemas Eleitorais e dos Registros Civis
D. Reforma Constitucional
E. Missões de Observação Eleitoral (MOE)
V. COOPERAÇÃO PARA A ERRADICAÇÃO DO NARCOTRÁFICO E DO ABUSO DE
DROGAS
VI. DESENVOLVIMENTO E COOPERAÇÃO TÉCNICA
Este relatório descreve as atividades empreendidas
pela Secretaria-Geral no ano 2000 em cumprimento à resolução AG/RES.
1744 (XXX-O/00), parágrafo dispositivo 2, b. Por esse
parágrafo são reiterados os mandatos da resolução AG/RES. 1640
(XXIX-O/99), parágrafo dispositivo 13, que instruiu a Secretaria-Geral
no sentido de que "continue a desenvolver uma ação apropriada
para atender às preocupações especiais de segurança dos pequenos
Estados insulares, inclusive aquelas identificadas na Reunião de Alto
Nível sobre as Preocupações Especiais de Segurança dos Pequenos
Estados Insulares, realizada em São Salvador em fevereiro de 1998 e na
Reunião Especial da Comissão de Segurança Hemisférica, realizada em
outubro de 1996." Mediante o parágrafo dispositivo 15 da
resolução AG/RES. 1640 (XXIX-O/99), a Assembléia Geral também
incumbiu a Secretaria-Geral de "informar o Conselho Permanente, por
intermédio da Comissão de Segurança Hemisférica, antes do Trigésimo
Período Ordinário de Sessões da Assembléia Geral, sobre o
cumprimento do disposto nesta resolução".
As atividades realizadas são apresentadas por
tópicos, na seguinte forma: aspectos econômicos, meio ambiente e
desastres naturais, segurança portuária, promoção da democracia,
cooperação na erradicação do narcotráfico e do uso ilícito de
drogas e desenvolvimento e cooperação técnica.
I. VÍNCULO ENTRE COMÉRCIO, DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO E SEGURANÇA
Um dos principais mandatos da Unidade de Comércio é
apoiar o desenvolvimento econômico e o fortalecimento da capacidade
comercial e dos recursos das economias menores. Isso ocorre sob
diferentes formas, tais como apoio aos grupos de negociação e às
comissões especiais da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA),
atividades de cooperação técnica em comércio, seminários e cursos
de treinamento sobre assuntos da ALCA para funcionários governamentais
dos países de menor desenvolvimento relativo no contexto da ALCA.
A. Apoio a Entidades da
ALCA
Dentre as principais atividades da Unidade de
Comércio da OEA estão compreendidas, no que concerne à ALCA, a
prestação de cooperação técnica a seus grupos de negociação e
comissões especiais e o apoio à participação das economias menores
nessas negociações. Nesse sentido, a Unidade de Comércio da
OEA atuou junto ao Grupo Consultivo da ALCA (CGSE) sobre Economias
Menores, bem como junto ao anterior Grupo de Trabalho sobre Economias
Menores (WGSE) durante a fase preparatória do processo da ALCA. Essa
ação está refletida nos relatórios dos anos anteriores sobre as
Preocupações Especiais de Segurança dos Pequenos Estados Insulares.
Ainda como parte de seus esforços de apoio ao CGSE
da ALCA, a Unidade de Comércio continua a compilar informação sobre
necessidades de cooperação técnica das economias menores e vem
armazenando essa informação em banco de dados. Esse banco de
dados foi liberado e posto à disposição do público – inclusive de
organizações doadoras – por meio da página da ALCA na Internet. A
Unidade de Comércio também compilou fontes de programas de
cooperação técnica sobre comércio disponíveis para as economias
menores em cada uma das áreas de negociação da ALCA. Em 2000,
a Unidade de Comércio apoiou o Grupo Consultivo sobre Economias Menores
na definição das Bases da Cooperação Técnica e atualmente apóia a
sua implementação. Como parte da implementação das Bases da
Cooperação Técnica, a OEA está criando um banco de dados que
reorganiza e consolida informação sobre oferta e demanda de
cooperação técnica no processo da ALCA. Esses dados podem ser
encontrados na página da ALCA na Internet, buscando-se "technical
assistance" no seguinte endereço:
http://www.ftaa-alca.org/tecass/tapindex.asp
Além do CGSE, a Unidade de Comércio da OEA também
apóia as economias menores em seus trabalhos para os grupos de
negociação da ALCA sobre o seguinte: Investimento; Serviços;
Propriedade Intelectual; Subsídios, Taxas Antidumping e
Compensatórias; Política de Concorrência; e Solução de
Controvérsias. Também vem apoiando o Grupo de Negociação
sobre Acesso a Mercados na área de padrões e barreiras técnicas ao
comércio e a Comissão Conjunta de Especialistas Governo-Setor Privado
no campo do comércio eletrônico.
A cooperação técnica vem desempenhando papel cada
vez mais importante no trabalho da Unidade de Comércio, inclusive na
organização e participação de seminários regionais, elaboração de
estudos e compilação de oportunidades de ensino de políticas de
comércio e treinamento disponíveis no Hemisfério. Em 2000, sob
financiamento da USAID, a Unidade de Comércio publicou o estudo
conjunto Unidade de Comércio-USAID intitulado Trade Education
Resources in the Western Hemisphere: An Assessment of Demand and Supply.
Como parte desse estudo, foi criada e lançada na página oficial da
ALCA na Internet o Banco de Dados sobre Ensino de Comércio (TED), sob o
título de cooperação técnica, a pedido dos ministros do Comércio do
Hemisfério. Essa base de dados, que contém 271 programas sobre
ensino de política de comércio e treinamento em todo o Hemisfério,
foi atualizada em 2000 e o continuará a ser em 2001.
B. Seminários sobre a ALCA
Em 2000, a Unidade de Comércio foi solicitada a
proporcionar tanto a base conceptual como a organização de seminários
destinados a promover a formação de capacidade e treinamento em
questões comerciais. Durante o ano, a Unidade de Comércio
realizou vários seminários regionais sobre matérias relacionadas com
a ALCA com ênfase na participação das economias menores. No
contexto dos projetos de cooperação técnica da Unidade de Comércio,
organizados com a colaboração financeira da Agência Interamericana de
Cooperação e Desenvolvimento da OEA (AICD), foram realizados dois
seminários regionais para tratar de questões específicas de
importância para as negociações da Área de Livre Comércio das
Américas. Todas essas atividades estão voltadas para os países
de menor desenvolvimento relativo das Américas.
Seminário sobre Comércio Eletrônico
A Unidade de Comércio e a Faculdade de Direito da
Universidade de Guadalajara organizaram um seminário de política de
alto nível, de dois dias, sobre "Comércio Eletrônico: Questões
de Comércio e Desafios nas Américas" em Guadalajara, México, de
5 a 6 de dezembro de 2000. O objetivo do seminário foi estimular
o debate sobre o impacto das novas tecnologias e do crescimento do
comércio eletrônico no comércio no Hemisfério e como essas novas
tecnologias afetam diversas áreas que atualmente estão sendo
negociadas em nível regional e multilateral. Participaram do
evento seis pessoas dos países caribenhos.
Seminário sobre Facilitação de Negócios
Em dezembro de 2000, a Unidade de Comércio organizou,
juntamente com a Conferência Latino-Americana de Companhias Express
– CLADEC, em Miami, o seminário-workshop "Implementação
das Medidas de Facilitação de Negócios da Área de Livre Comércio
das Américas". Nessa atividade os participantes i) reviram
a implementação das oito medidas de facilitação de negócios
acordadas pelo ministros do Comércio em Toronto; ii) identificaram as
dificuldades/obstáculos para implementar tais medidas; e iii)
exploraram idéias sobre como o setor privado e os provedores de
cooperação técnica podem trabalhar juntos para facilitar o acesso a
recursos a fim de implementar as medidas ainda não postas em prática.
Participaram do seminário mais de doze funcionários da alfândega
dos países caribenhos.
Participação em seminários diversos
Além disso, o pessoal da Unidade de Comércio
participou freqüentemente, como convidado, de vários eventos
organizados nos pequenos Estados insulares do Caribe, orientando sobre o
processo da ALCA e diferentes questões de comércio. A Unidade
de Comércio esteve presente à Reunião do Grupo de Reflexão de Alto
Nível sobre Serviços, realizada em Nassau de 25 a 26 de março como
parte de uma iniciativa em andamento para formular a estratégia de
negociação da Região em matéria de Serviços. O evento foi
organizado pelo Mecanismo Regional de Negociação do Caribe (RNM). A
programação incluiu painéis sobre os seguintes temas: Avaliação do
Acordo-Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS); GATS 2000 e Novas
Diretrizes na Liberalização do Comércio de Serviços; o Processo da
ALCA e Serviços num Acordo Pós-Lomé; Liberalização de Serviços e
Reforma Normativa; o Setor de Serviços no Caribe; assim como o enfoque
setorial específico em telecomunicações, transporte marítimo,
serviços financeiros e seguros, entretenimentos, serviços de
informação e comércio eletrônico.
A Unidade de Comércio também apoiou a organização
do "Seminário-workshop sobre Serviços Caribenhos", em
parceria com o Mecanismo Regional de Negociação do Caribe /Projeto
Regional de Cooperação Técnica do BID, realizado em Bridgetown,
Barbados, de 8 a 11 de maio de 2000. Esse projeto teve dois
componentes, a saber: 1. fortalecimento da capacidade técnica do
RNM mediante um programa de estudos sobre políticas técnicas; e 2. fortalecimento
da capacidade de negociação dos Estados membros da CARICOM por meio de
um programa de treinamento.
Em 12 e 13 de maio de 2000, funcionários da Unidade
de Comércio participaram do seminário-workshop "Identificação
de Medidas que Incidem sobre o Comércio de Serviços", organizado
pela ECLAC para os países da CARICOM com vistas a cumprir o mandato
ministerial de Toronto, "averiguar oportunidades de cooperação
técnica para facilitar a organização de um inventário de medidas que
afetam o comércio de serviços e o estabelecimento de um programa de
trabalho visando a aprimorar as estatísticas sobre esse comércio".
O evento foi realizado em Barbados e contou com a participação de
funcionários da Administração da CARICOM que acompanham as
negociações em matéria de serviços.
C. Curso de Treinamento
para Funcionários Governamentais
A Unidade de Comércio também continua a oferecer o
curso de treinamento "Questões de Comércio Multilateral e
Regional para as Américas: Curso Avançado de Treinamento para
Funcionários Governamentais". Esse programa de
capacitação, iniciado no verão de 1998, constitui um esforço
conjunto da OEA, da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da
Universidade de Georgetown. O curso consiste de módulos
apresentados por analistas e profissionais de comércio de alto nível
oriundos da OMC, da Unidade de Comércio da OEA, da Faculdade da
Universidade de Georgetown, do Banco Mundial, do Banco Interamericano de
Desenvolvimento, da Organização de Cooperação e Desenvolvimento
Econômico e de instituições sub-regionais, bem como de universidades,
escritórios de advocacia e laboratórios de reflexão
No curso são abordados os principais assuntos que
estão sendo negociados na ALCA (acesso a mercados - tarifas, medidas
não-tarifárias, regras de origem, procedimento aduaneiro, salvaguardas
e padrões/barreiras técnicas ao comércio - agricultura, serviços,
investimento, aquisições governamentais, política de concorrência,
solução de controvérsias, direitos de propriedade intelectual,
subsídios/medidas antidumping e compensatórias), bem como as
tendências regionais da integração econômica e a situação das
conversações multilaterais e regionais sobre comércio. O curso
busca aumentar a participação de negociadores dos países de menor
desenvolvimento relativo na ALCA e em outras negociações comerciais.
No verão de 2000, 23 funcionários do Caribe anglófono
participaram do treinamento, inclusive funcionários do Mecanismo
Regional de Negociação do Caribe. Os participantes receberam um
livro-texto preparado para o curso pela Unidade de Comércio, juntamente
com outros materiais sobre política de comércio.
O CD-Rom com todo o conteúdo da página da Internet
do Sistema de Informação sobre Comércio Exterior (SICE) foi
distribuído aos participantes do curso. As datas previstas para
os módulos do curso a serem oferecidos em 2001, em espanhol, são 18 a
29 de junho e, em inglês, 9 a 20 de julho. Está sendo preparado
para distribuição aos participantes um livro de texto contendo
trabalhos apresentados por vários especialistas da Unidade de Comércio
sobre os diferentes temas.
Além disso, em 2000 a Unidade de Comércio recebeu
três estagiários do Mecanismo Regional de Negociação do Caribe. Essa
experiência fortaleceu
a
capacidade de comércio dos pequenos Estados insulares ao permitir o
aprendizado em política de comércio e negociações no contexto da
ALCA a seus treinandos, que também participaram do Curso de Comércio
da Universidade de Georgetown.
II. PROTEÇÃO CONTRA CONDIÇÕES
AMBIENTAIS E DESASTRES ECOLÓGICOS
Nos últimos anos, os furacões Floyd e Lenny
voltaram a demonstrar a vulnerabilidade dos países em desenvolvimento
das pequenas ilhas do Caribe a furacões e tempestades tropicais. Os
efeitos arrasadores desses eventos ameaçam o bem-estar social e o
desenvolvimento sustentável de muitos dos menores Estados membros da
OEA. A vulnerabilidade a esses conhecidos desastres climáticos
vem-se agravando ante os efeitos cada vez maiores das mudanças
climáticas globais, que podem estar provocando aumentos na freqüência
e intensidade de catástrofes climáticas. Enquanto as
tempestades e as conseqüentes inundações e deslizamentos constituem
os desastres mais freqüentes, os terremotos e os vulcões também
representam sérios riscos para a região.
A ameaça que significam para os pequenos Estados
insulares os desastres naturais e ambientais constituiu tema de
relevância na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento
Sustentável dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento
(UN/SIDS), realizada em Bridgetown, Barbados, em 1994. O Programa
de Ação então elaborado clama por iniciativas regionais e nacionais a
fim de reduzir a vulnerabilidade aos desastres naturais e ambientais
mediante o fortalecimento da capacidade institucional de monitoramento e
previsão de riscos e formular medidas eficazes para a redução de
riscos. Aspectos sociais e econômicos de importância dessas
iniciativas foram apresentados na Cúpula das Américas sobre
Desenvolvimento Sustentável, realizada em Santa Cruz de la Sierra,
Bolívia, em 1996. Mais recentemente, em maio de 1997, Estados
membros do Caribe e os Estados Unidos participaram da Parceria para a
Prosperidade e a Segurança no Caribe, que visa, entre outras ações,
à efetiva cooperação em matéria de prevenção de catástrofes e o
seu enfrentamento.
Em resposta às preocupações de seus Estados
membros, o GS/OEA, por intermédio da Unidade de Desenvolvimento
Sustentável e Meio Ambiente (UDSMA), desenvolveu e implementou uma
série de programas de cooperação técnica nas áreas de mitigação
de desastres naturais e adaptação a mudanças climáticas globais,
havendo obtido sucesso na captação de recursos externos para tais
programas.
O objetivo do apoio técnico do GS/OEA na área de
desastres naturais é evitar ou minimizar catástrofes mediante ações
de planejamento de desenvolvimento e formulação de projetos para
reduzir a vulnerabilidade a desastres naturais. Isso é obtido
por meio do apoio à formulação de políticas, avaliação de
desastres e vulnerabilidade, treinamento em técnicas de mitigação de
catástrofes e identificação de medidas de mitigação para projetos
de desenvolvimento de investimento. As atividades são geralmente
executadas como parte de programas de cooperação técnica realizados
em nível nacional ou regional com a colaboração de instituições
desses dois níveis. Em resposta à Cúpula sobre o
Desenvolvimento Sustentável foi criado o Diálogo Interamericano para
Redução de Desastres com vistas a promover o intercâmbio de idéias
em todos os níveis sobre questões relacionadas a redução de
desastres e desenvolvimento. Foram obtidos recursos externos da
USAID, da Comunidade Européia e do PNUD.
Em dezembro de 1999 foi encerrado o Projeto de
Mitigação de Catástrofes no Caribe (CDMP), projeto de 5 anos e de
US$5 milhões executado pelo GS/OEA com financiamento da USAID. Instituições
regionais chave, a exemplo da Agência de Atendimento a Desastres e
Emergências do Caribe (CDERA), do Banco de Desenvolvimento do Caribe (CDB)
e do Instituto Caribenho de Meteorologia e Hidrologia (CIMH), estão
assumindo a responsabilidade por diversos programas do CDMP. Os
relatórios finais do projeto podem ser encontrados em
http://www.oas.org/en/CDMP/.
Em resposta aos prejuízos ocasionados pelo furacão
Georges em Antígua e Barbuda e em Saint Kitts e Nevis, o GS/OEA está
executando um projeto de mitigação de desastres de 18 meses de
duração e financiamento de US$1.150.000,00 da USAID. O projeto,
iniciado em fevereiro de 2000, está centrado na redução a longo prazo
de riscos de desastres mediante a integração das ações de
mitigação de catástrofes às de planejamento do desenvolvimento, o
fortalecimento de padrões e práticas de construção e o aprimoramento
dos sistemas de proteção emergencial e informação pública e
educação. Após a passagem do furacão Lenny, em 1999, mais
US$550.000,00 foram proporcionados pela USAID para intensificar a
capacidade de projeção, construção e manutenção da infra-estrutura
costeira em Antígua e Barbuda, Dominica, Santa Lúcia e Grenada, quatro
países seriamente afetados pelo furacão. O GS/OEA contratou o
Instituto de Engenharia Santo Agostinho da Universidade das Índias
Ocidentais e selecionou consultores caribenhos e internacionais para
organizar um amplo programa de treinamento para engenheiros dos setores
público e privado naqueles países.
A implementação do Plano Caribenho para Adaptação
a Mudanças Climáticas Globais (CPACC) está entrando em seu quarto e
último ano. Todos os nove componentes do projeto estão prestes a ser
concluídos, e o enfoque da equipe regional do CPACC e das
contrapartidas nacionais está concentrado nos produtos e resultados
finais que derivarão do projeto.
A Unidade Regional de Implementação de Projeto (RPIU),
estabelecida pelo GS/OEA na Universidade das Índias Ocidentais em
Barbados e a ser implementada pelo CPACC, começou a assumir
responsabilidades sob a estrita execução do Projeto CPACC. A RPIU vem
participando cada vez mais do debate regional sobre mudanças
climáticas, e órgãos nacionais têm solicitado a assessoria e o apoio
técnico da RPIU nesse campo. Essa Unidade também passou a ser um ponto
central de discussão dos mecanismos de Kyoto e apoio técnico para a
Conferência das Partes.
Foi nesse contexto que a direção política da
CARICOM solicitou às instituições que estão implementando o CPACC
– Banco Mundial, OEA e Universidade das Índias Ocidentais – que
continuem e intensifiquem seus esforços de apoio aos Estados membros da
CARICOM em sua adaptação às mudanças climáticas globais. A equipe
adotou um enfoque programático nessas questões e candidatou-se a uma
doação GEF para desenvolvimento de projeto a fim de preparar o
próximo projeto do CPACC, intitulado "Implementação da
Adaptação à Variabilidade Climática e às Mudanças Climáticas
Globais no Caribe" (IMPACC). O principal objetivo desse projeto
será incluir o tema
mudanças
climáticas na agenda de desenvolvimento dos países participantes, com
base nas experiências obtidas por meio do CPACC. Simultaneamente, a
Secretaria da CARICOM deu início às ações legais e administrativas
com vistas ao estabelecimento de um mecanismo permanente para tratar da
questão das mudanças climáticas na região, que viria a ser o Centro
Caribenho de Mudanças Climáticas. Esse centro, previsto para ser
estabelecido no segundo semestre de 2001, funcionará como agência
executora do projeto IMPACC e de quaisquer outros projetos regionais no
campo das mudanças climáticas.
III. FORTALECIMENTO E
APRIMORAMENTO DA SEGURANÇA PORTUÁRIA
A Comissão Interamericana de Portos (CIP), criada
pela Assembléia Geral da OEA em 1998, tem por objetivo principal servir
de foro interamericano permanente dos Estados membros da Organização
para o fortalecimento da cooperação na área de desenvolvimento
portuário com a participação e a colaboração ativas do setor
privado. Nesse sentido, a CIP apóia os pequenos Estados insulares nas
diferentes áreas do desenvolvimento do setor portuário. Durante 2000,
diversas atividades foram orientadas para o fortalecimento e
aprimoramento da segurança portuária, especialmente no que concerne
aos pequenos Estados insulares, a exemplo das que são destacadas a
seguir.
A. Cursos
1. V Curso Sub-Regional sobre Segurança Portuária
Esse curso foi realizado em Castries, Santa Lúcia,
de 26 a 30 de junho de 2000, de acordo com o programa interamericano de
capacitação aprovado para aquele ano pelo Comitê Executivo da CIP.
Seu principal objetivo consistiu em aumentar a segurança de cargas e
portos na região. Os instrutores foram especialistas provenientes dos
portos de Nova York/Nova Jersey e Miami e do Serviço Alfandegário dos
Estados Unidos. A Autoridade Portuária de Santa Lúcia prestou valioso
apoio à organização e ao patrocínio do curso, além de colaborar nos
aspectos logísticos e oferecer a infra-estrutura do porto de Castries
para a realização dos módulos práticos previstos no programa. A
Administração Marítima dos Estados Unidos também colaborou na
organização do evento. Participaram 29 funcionários de segurança dos
portos dos seguintes países membros da OEA: Antígua e Barbuda,
Bahamas, Barbados, Dominica, Grenada, Guiana, Jamaica, Saint Kitts e
Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Trinidad e Tobago. Os
participantes estrangeiros receberam ajuda de custo para passagem aérea
e despesas de estada do Fundo Específico Programa Portuário Especial
para o qual contribuem as autoridades portuárias dos Estados membros da
OEA. Além desses, participaram funcionários dos portos das Ilhas
Virgens Britânicas e de Curaçao, a suas custas.
Os participantes do curso aprovaram um conjunto de
recomendações e conclusões que podem ser resumidas nos seguintes
tópicos:
Cooperação regional: i) os países do Caribe
devem trabalhar juntos, permutar informação, desenvolver parcerias,
realizar operações conjuntas e promover o intercâmbio do pessoal de
segurança; ii) também devem trabalhar de forma articulada e integrada
contra os elementos criminais da área; iii) os canais de comunicação
devem estar abertos entre os países do Caribe, e o correio eletrônico
deve ser utilizado nas comunicações; iv) devem ser destinados recursos
para a criação de um escritório regional de segurança portuária; v)
deve ser criada uma organização regional de segurança portuária; e
vi) devem ser desenvolvidas estratégias de segurança e planos para a
região.
Administração da segurança portuária: i)
desenvolver e automatizar os relatórios de incidentes; ii) aperfeiçoar
a ética no trabalho; iii) fazer com que as forças de segurança
interajam com a administração civil do porto; iv) trabalhar com
forças de segurança da indústria (empresas de transporte); v) os
supervisores deverão motivar o pessoal, introduzindo um sistema de
elogios e recompensa; vi) desenvolver o senso de comunidade portuária
(a comunidade do porto); (vii) elaborar estudos de viabilidade de
programas de segurança de curto e longo prazo e calcular seu
custo-benefício; (viii) realizar reuniões semanais do pessoal de
segurança e distribuir suas atas a todo o pessoal do porto; (ix)
comunicar-se através de toda a cadeia (chefe>supervisor>líderes
de grupo>funcionários); (x) compartilhar informação com o pessoal
de segurança dos navios de cruzeiro; e (xi) utilizar um arquivo de
leituras de acesso a todos os funcionários.
Padrões de segurança portuária e práticas
aprimoradas: i) estabelecer padrões baseados em práticas
bem-sucedidas dos portos; ii) utilizar os padrões da Organização
Marítima Internacional (OMI); e iii) utilizar as enquetes da página do
Serviço Alfandegário dos Estados Unidos na Internet sobre esse tema.
Treinamento: i) enviar pessoal de segurança
às escolas das forças de segurança dos Estados Unidos; posteriormente,
esse pessoal servirá de facilitador nos treinamentos nas ilhas; ii)
manter atividades de treinamento conjuntas entre as ilhas; iii) garantir
recursos para o treinamento do pessoal de segurança; iv) a OEA deverá
instituir um grupo de inspeção de segurança portuária com
representantes de cada país que queiram se tornar peritos e depois
atuar como facilitadores no Caribe; v) organizar em cada país um
programa de treinamento por módulos para portos; vi) treinar os novos
funcionários e estimulá-los a praticarem o treinamento recebido; e
vii) realizar exercícios práticos.
Operações gerais dos portos: i) um guarda de
segurança, pelo menos, deve estar em cada um dos acessos e outro deve
estar em ronda continuamente; ii) criar uma comissão de segurança
portuária com representantes das autoridades dos portos e do governo e
agentes de embarcações para desenvolver um plano de segurança; iii)
não deve ser permitida a presença de táxis e automóveis próximo às
embarcações, devendo ser designadas áreas de estacionamento; iv) é
essencial dispor de uma área cercada de, pelo menos, 8 pés; v) os
terminais dos navios de cruzeiro devem dispor de equipamento adequado
para detectar armas, drogas, explosivos e outros produtos ilegais; vi)
deve haver um sistema de identificação obrigatória dos passageiros
dos navios de cruzeiro; vii) deve haver uma combinação de atividades
de segurança (por exemplo: verificar equipamentos tais como extintores
de incêndio, vistoriar os equipamentos dos cais tais como guindastes,
elevadores de carga, etc.; viii) inspecionar e registrar os barcos
locais, devendo os operadores estar devidamente autorizados; ix) os
contêineres que voltem ao porto por exportação devem ser totalmente
vistoriados a fim de assegurar a ausência de bens de contrabando e
drogas; e x) o chefe da segurança deve estar no mesmo nível dos demais
chefes na estrutura administrativa com vistas à adequada comunicação.
2. Curso Piloto para Formação de Trabalhadores
Portuários com Ênfase em Segurança Portuária
Esse evento foi realizado em Barbados de 28 de
fevereiro a 2 de março de 2000, havendo sido preparado pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Autoridade
Portuária de Barbados sob os auspícios da Comissão Interamericana de
Portos da OEA. Participaram 30 bolsistas de Bahamas, Barbados, Grenada,
Jamaica e Trinidad e Tobago. Foram apresentados 31 módulos no curso,
desenvolvidos pela OIT, os quais compreenderam uma série de aspectos
operacionais da atividade portuária, inclusive segurança portuária e
detecção do tráfico ilícito de drogas nos portos e em embarcações
aportadas.
B. Comitê Técnico
Consultivo (CTC) sobre Segurança Portuária
Os CTC são órgãos estabelecidos pela Comissão
Interamericana de Portos da OEA que têm por objetivo assessorar dita
Comissão em aspectos especializados do desenvolvimento portuário; são
formados por especialistas governamentais e peritos do setor privado. O
CTC sobre Segurança Portuária presta assessoramento em aspectos
relacionados com a segurança no porto de passageiros e carga a fim de
garantir a existência de portos seguros e eficientes no Hemisfério,
mas não trata de aspectos de segurança industrial. Dessa forma, as
autoridades dos portos poderão contar com a informação e os meios
necessários para a ótima tomada de decisões que incidam na redução
significativa das atividades delituosas e dos acidentes de trabalho
durante as jornadas de operação. Por ocasião da primeira reunião da
Comissão Interamericana de Portos, realizada na Guatemala em outubro de
1999, foi aprovado criar este CTC, que é presidido pelos Estados Unidos
e de que formam parte Argentina, Barbados, Colômbia, Chile, Guatemala,
Jamaica, México, Peru e Uruguai. Entre as funções desse Comitê
destacam-se as seguintes: i) compilar e permutar informação sobre
segurança portuária, inclusive o uso de tecnologia avançada para
reduzir os riscos de segurança; ii) delinear e manter um banco de dados
com informação pertinente a seus trabalhos; iii) recomendar programas
de capacitação baseados nas necessidades dos países membros; iv)
recomendar diretrizes de segurança portuária; v) elaborar relatórios,
estudos e documentos técnicos especializados; vi) organizar reuniões e
atividades nacionais e internacionais sobre sua área de especialidade;
e vii) informar a presidência do Comitê Executivo sobre os progressos
ou resultados de seu trabalho, por escrito, a cada seis meses.
O CTC sobre Segurança Portuária realizou sua
primeira reunião em dezembro de 2000 em Barbados, a qual contou com a
presença dos seguintes países: Antígua e Barbuda, Argentina,
Barbados, Chile, Costa Rica, Dominica, Equador, Espanha, Estados Unidos,
Grenada, Guatemala, Guiana, México, Peru e Venezuela. Os principais
resultados da reunião foram os seguintes: i) apoiar os trabalhos da
Organização Marítima Internacional (OMI) relacionados com a
elaboração de um manual de segurança para portos da América Latina e
do Caribe; Barbados participará desse grupo de trabalho, representando
os países caribenhos; ii) realizar atividades de capacitação, de modo
especial aperfeiçoando os cursos que atualmente são ministrados em
matéria de segurança e apresentando as novas tecnologias em vigor a
respeito desse tema; também será dada atenção à identificação de
especialistas em segurança que estejam disponíveis para colaborar como
professores do curso e em outras atividades de formação que a
Comissão Interamericana de Portos da OEA programar; iii) registrar
estatísticas referentes a delitos nos portos, as quais servirão para a
realização de uma avaliação eficaz dos avanços das ações
empreendidas nesse campo; iviii) coordenar uma ação com a
Organização Marítima Internacional do Báltico (BIMCO) com vistas a
dispor, como referência, do modelo de segurança que essa Organização
está aplicando e identificar os elementos que possam ser usados na
região; v) realizar um inventário dos modernos equipamentos de
segurança que estão sendo usados nos portos da região a fim de
difundir informação referente a seu uso, tecnologia, resultados e
custos, entre outros; vi) elaborar um cadastro do pessoal responsável
pela segurança em cada porto do Hemisfério com vistas a contar com uma
rede de comunicação e intercâmbio de idéias por meio da Internet; a
Autoridade Portuária da Virgínia coordenará essa ação; e vii) criar
um instrumento padrão para contratação de empresas de segurança; o
representante do porto de Houston distribuirá as diretrizes sobre os
requisitos para a contratação desse serviço, e a representante dos
Estados Unidos na CIP atuará em articulação com o Comitê de
Segurança da AAPA sobre esse aspecto. Este CTC reunir-se-á nos Estados
Unidos em 2001, em data a ser fixada.
C. CTC sobre Controle da
Navegação e Proteção do Meio Ambiente
Da mesma forma que o CTC sobre Segurança, este CTC
foi criado com o propósito de prestar assessoria em aspectos referentes
a controle de navegação e segurança do meio ambiente portuário. Este
CTC é constituído por Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos,
México e Panamá. De sua primeira reunião, realizada em Barbados em
dezembro de 2000, participaram delegados de Antígua e Barbuda,
Argentina, Barbados, Canadá, Equador, Espanha, Grenada, Guiana, México,
Peru, Santa Lúcia, Trinidad e Tobago e Venezuela. Foi decidido preparar
planos de gestão ambiental, incluindo o tratamento de mercadorias de
risco e de estações de recepção de lixo e resíduos sólidos, que
representam séria ameaça aos ecossistemas dos portos da região.
Também foi decidido fortalecer o intercâmbio de informação sobre
essa questão entre as autoridades portuárias a fim de empreender
ações concretas e efetivas sobre manejo de cargas contaminadoras e
seus efeitos no ambiente. Os trabalhos deste CTC continuarão a realizar-se
ativamente em 2001, e sua reunião anual será realizada em Buenos
Aires, Argentina, em data a ser fixada.
D. Apoio à OMI na Realização do Curso Regional
sobre Prevenção e Controle do Tráfico Ilícito de Drogas a Bordo de
Embarcações
Essa atividade de capacitação será realizada em
junho de 2001 em Manzanillo, México, e tem por objetivo principal
intensificar as medidas de segurança nos portos e a bordo de
embarcações com vistas a impedir sua utilização para o tráfico
ilícito de drogas. Ao mesmo tempo, busca aumentar o nível de
conscientização do pessoal do setor portuário e marítimo sobre a
magnitude do problema mundial que representa o narcotráfico. É
esperada a participação de diferentes delegados dos portos dos Estados
insulares do Caribe.
IV. APOIO A INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
Com vistas a apoiar os países de menor
desenvolvimento relativo do Caribe a enfrentarem os diversos desafios de
governo que poderiam afetar a sua segurança, a Unidade de Promoção da
Democracia (UPD) continuou a atender a pedidos de colaboração, de
acordo com o Plano de Ação em 2000 da Unidade constante do documento
CP/doc.3282/00 e dos mandatos da Assembléia Geral da OEA, inclusive a
resolução AG/RES. 1744.
Nesse sentido, houve permanente contato com a
Secretaria da CARICOM, particularmente com relação ao Programa de
Apoio à Democracia e à Boa Administração no Caribe, com vistas a
coordenar esforços na região, conforme foi determinado em sucessivos
períodos de sessões da Assembléia Geral. As duas Secretarias darão
continuidade a sua coordenação a fim de implementarem importantes
áreas desse Programa de Apoio com base nos pedidos recebidos e nos
parceiros identificados, tal como ocorreu nas áreas de educação e
solução de controvérsias.
Além disso, houve estreita coordenação com a
CARICOM em vista das dificuldades vivenciadas pelo Haiti, decorrentes
das eleições parlamentares e municipais de 21 de maio, bem como para a
implementação da resolução CP/RES. 772, pela qual o Conselho
Permanente instituiu uma missão de alto nível para visitar o Haiti a
fim de identificar junto às autoridades e outros setores da sociedade
recomendações para solucionar os problemas. A UPD, na pessoa de seu
Coordenador Executivo, acompanhou e apoiou essa missão de alto nível.
A UPD também prestou colaboração aos pequenos
Estados do Caribe nas seguintes áreas:
A. Descentralização,
Governo Local e Participação Popular
O fórum sub-regional "Eficiência no Governo
Local: Novas Abordagens para Aperfeiçoar a Gestão Municipal" foi
realizado em Montego Bay, Jamaica, de 16 a 17 de maio de 2000 com a
cooperação do Governo jamaicano, da Agência Norte-Americana para o
Desenvolvimento Internacional (USAID) e da Associação Cidade
Internacional/Administração Municipal (ICMA). Cerca de 70
participantes analisaram os desafios com que deparam os responsáveis
pela formulação de políticas e beneficiários em áreas de
administração local, ressaltadas nas correspondentes seções da
Segunda Cúpula das Américas.
A rede de especialistas e pessoal técnico
instituída pelo Programa de Cooperação da UPD durante a primeira
reunião sub-regional do Caribe, realizada em 1998, foi aperfeiçoada e
aumentada nesse segundo encontro.
B. Elaboração de Projetos
Legislativos
Um terceiro seminário-workshop sobre
capacitação jurídica dirigido ao Caribe anglófono foi levado a cabo
em Barbados de 7 a 11 de fevereiro de 2000, graças a uma doação do
Governo do Reino Unido e ao apoio técnico da Universidade das Índias
Ocidentais, por meio de sua Faculdade de Direito, no campus de Cave
Hill, em Barbados. Seu objetivo foi colaborar com os ministros
responsáveis pela elaboração de projetos jurídicos no Caribe
anglófono para o fortalecimento de sua capacidade técnica interna a
fim de fazer face às várias demandas de um escritório governamental
moderno de elaboração de projetos legislativos.
C. Modernização dos
Sistemas Eleitorais e dos Registros Civis
Houve significativo apoio em matéria de sistemas
eleitorais e registros civis em resposta a pedidos de vários Estados
membros da CARICOM. Em Belize, a UPD vem atuando junto ao
Escritório de Eleições e Fronteiras e ao escritório do
Registro-Geral desde 1997 para automatizar os registros eleitoral e
cívico. Durante esse período, especialistas da UPD e um
especialista em informática visitaram o país para determinar as
futuras necessidades do projeto. A suas próprias expensas, a
Comissão de Eleições e Fronteiras expandiu a capacidade do sistema da
OEA e implementou um amplo programa de treinamento para seus usuários.
O Registro Civil de Belize solicitou mais apoio, mas conforme fora
decidido entre a OEA e o Escritório do Procurador-Geral, a
participação da OEA será retomada quando houver sido contratado um
administrador técnico em tempo integral.
Um programador está trabalhando em Santa Lúcia
desde outubro de 2000 no desenvolvimento de um programa para a entrada,
armazenamento e revisão de informação referente aos registros
eleitoral e civil. O programador também tem trabalhado em conjunto com
as equipes de ambos os escritórios a fim de familiarizá-las com a
tecnologia e uso do sistema.
Em outubro de 2000, um especialista da UPD esteve em
Grenada para avaliar a situação do projeto de apoio eleitoral no país.
O registro civil, delineado e apoiado pela OEA, tem funcionado
adequadamente, e a maioria dos nascimentos vem sendo registrada no
sistema. Um especialista em informática voltou ao país em
dezembro para tratar de problemas de pequeno porte no uso de programas.
Para assegurar permanente capacitação e o aperfeiçoamento futuro
dos registros civil e eleitoral no Caribe, a UPD elaborou um manual para
usuários e programadores de Grenada que será reproduzido em Belize e
Santa Lúcia.
D. Reforma Constitucional
A pedido do Governo de Grenada, um especialista da
UPD viajou àquele país em outubro de 2000 para reunir-se com membros
do Governo e da oposição a fim de analisarem uma proposta de apoio às
iniciativas de reforma constitucional no país. A UPD redigiu uma
proposta de contribuições voluntárias para apoiar esse projeto.
E. Missões de Observação
Eleitoral (MOE)
A cooperação prestada pela OEA aos Estados membros
por meio de suas missões de observação eleitoral., no sentido de
realizarem eleições transparentes e fidedignas, também foi solicitada
pelos Estados membros do Caribe conforme consta a seguir.
A convite do Governo do Haiti, uma missão de
observação eleitoral foi organizada para observar as eleições
parlamentares, municipais e locais realizadas em 21 de maio de 2000
naquele país. Para chefiar a missão o Secretário-Geral nomeou
o Embaixador Orlando Marville, ex-Secretário-Geral Adjunto da CARICOM.
Ao todo, a OEA treinou, disponibilizou e recebeu informação de mais de
200 observadores e, em 21 de maio, observou cerca de 1.000 seções
eleitorais. A Missão da OEA proporcionou comunicação,
treinamento e materiais e disponibilizou informação para os 25 membros
da Missão da CARICOM. Os chefes das missões da OEA e da CARICOM
mantiveram permanente contato durante o processo eleitoral. A Missão
também esteve atenta para as irregularidades observadas que
prejudicaram o processo eleitoral, sendo a mais séria a relacionada com
determinados cálculos de votos que não foram processados conforme
estabelece a Constituição haitiana. No que concerne aos
problemas pós-eleitorais, conforme mencionado anteriormente,
funcionários da Missão e a UPD colaboraram com a CARICOM, bem como
altos funcionários da OEA, com respeito aos mandatos expedidos pelos
órgãos políticos quanto ao apoio para a busca de solução aos
problemas.
V. COOPERAÇÃO PARA A ERRADICAÇÃO DO NARCOTRÁFICO
E DO ABUSO DE DROGAS
No cumprimento dos mandatos incluídos na resolução
AG/RES. 1744 (XXX-O/00), em 2000, a CICAD:
1. Apoiou as Comissões Nacionais de Drogas de cinco
pequenos Estados insulares na formulação e atualização de seus
Planos Nacionais Antidrogas; nesse sentido, foram realizados seminários-workshop
em Antígua e Barbuda, Jamaica, Haiti, Trinidad e Tobago e São Vicente
e Granadinas.
2. Continuou a proporcionar serviços de Internet às
Comissões Nacionais de Drogas de diversos Estados membros do Caribe a
fim de auxiliar a fomentar o intercâmbio de informação antidroga.
3. Continuou seu programa de treinamento para
profissionais e peritos envolvidos no tratamento e recuperação de
dependentes de drogas na região anglófona do Caribe. Nesse
contexto, a CICAD patrocinou um curso prático em articulação com o
Programa Regional de Certificação do Caribe da Universidade das
Índias Ocidentais, em Grenada, em 3 e 4 de julho de 2000. Esse
curso, de nível avançado e de duas semanas de duração, proporcionou
treinamento prático para 45 profissionais caribenhos que concluíram o
curso da Universidade. Na realização dessas atividades, foi
ressaltado o aumento do consumo de drogas nos pequenos Estados insulares.
4. Organizou um seminário, realizado em Miami em
outubro de 2000, sobre o crescente problema das drogas, gangues e
violência e prestou colaboração a fim de permitir a participação de
representantes do Haiti, Jamaica, República Dominicana e Trinidad e
Tobago.
5. Executou o Projeto de Controle de Precursores
Químicos no Caribe, iniciado em outubro de 1999, cujos objetivos são
fortalecer os sistemas nacionais de controle de substâncias químicas e
aperfeiçoar a coordenação e a comunicação entre as instituições
responsáveis pelo controle de substâncias químicas na região. Do
projeto, financiado pela Comissão Européia, participam 11 países
caribenhos. Durante sua implementação, foram identificadas as
demandas individuais e coletivas dos países participantes e realizados
três seminários-workshop especializados para administradores e
funcionários responsáveis pelo controle de substâncias químicas. Esses
eventos foram levados a cabo em Santo Domingo, República Dominicana (agosto
de 2000), em Castries, Santa Lúcia (outubro de 2000), e em Bridgetown,
Barbados (novembro de 2000). Em abril de 2001 está previsto um
seminário-workshop em Kingston, Jamaica.
6. Realizou em maio de 2000, em Fort-de-France,
Martinica, o Seminário sobre Conscientização a Respeito do
Regulamento Modelo para o Controle do Movimento Internacional de Armas
de Fogo, suas Peças e Componentes e Munições da OEA/CICAD para a
América Central e o Caribe, em articulação com o Centro Regional das
Nações Unidas para a Paz, o Desarmamento e o Desenvolvimento na
América Latina e no Caribe (UN-LiREC) e com o Centro Interdepartamental
de Treinamento Antidroga da França (CIFAD). O seminário
constituiu uma oportunidade para apresentar uma visão geral sobre a
importância do Regulamento Modelo sobre Armas de Fogo da OEA/CICAD no
contexto da implementação da Convenção Interamericana contra a
Fabricação e o Tráfico Ilícitos de Armas de Fogo, Munições,
Explosivos e Outros Materiais Correlatos, de 1997; para tratar dos
princípios fundamentais do Regulamento Modelo; para demonstrar como
esse Regulamento deve funcionar na prática em seus aspectos de
importação, exportação e transporte, bem como de formulários,
certificados e outras modalidades de que trata o Regulamento; e para
tratar das condições e responsabilidades básicas dos Estados membros
a fim de fazer o sistema funcionar, de modo especial, no que concerne a
aspectos de registros e informação. Outros tópicos abordados
no seminário foram políticas e práticas nacionais e cooperação
internacional e coordenação nacional interinstitucional necessárias
para implementar o Regulamento Modelo. Participaram do seminário
representantes do Caribe e da América Central, bem como de diversos
países observadores e organizações internacionais.
7. Em junho de 2000 começou a coordenar a
implementação do projeto regional de desenvolvimento alternativo
intitulado " Produção de Banana Orgânica e Manejo Integrado de
Pestes com Relação à Banana e à Banana-da-Terra no Caribe". Esse
projeto será executado em 2001 na Commonwealth de Dominica,
Santa Lúcia e Jamaica. O dramático aumento da produção e
tráfico ilícitos de drogas tem causado sérios problemas para a
região do Caribe. Isso pode ser observado no aumento da
violência e do crime relacionados com drogas. Em vista disso, a
CICAD, em colaboração com o CABI Bioscience, delineou este projeto com
objetivo de reduzir e prevenir a produção ou expansão de culturas
ilícitas mediante a promoção de novas técnicas de produção
agrícola e o estabelecimento de métodos e tecnologias apropriadas para
o manejo integrado das doenças da banana e da banana-da-terra a fim de
proporcionar melhores condições de vida aos produtores e contribuir
para a economia nacional dessas ilhas.
8. Proporcionou cooperação técnica a Comissões
Nacionais de Drogas por meio do Observatório Interamericano sobre
Drogas e organizou seminários-workshop de nível nacional em
Antígua e Barbuda, Belize, Jamaica e Suriname para apoiar suas
comissões de drogas a desenvolverem sistemas nacionais de informação
e estatística, apresentar-lhes uma introdução das aplicações de
tecnologias avançadas de informação em áreas afetadas pelo problema
das drogas e proporcionar-lhes treinamento no desenvolvimento de
páginas na Internet. Foi realizada uma reunião técnica em
Santo Domingo, República Dominicana (5 a 7 de março de 2001) sobre
Aperfeiçoamento e Fortalecimento da Metodologia de Compilação de
Dados de Projeto para o Sistema Interamericano de Informação sobre o
Consumo de Drogas (SIDUC). Também fez uma doação de
equipamento de informática para as Comissões Nacionais de Drogas do
Suriname e de Saint Kitts e Nevis.
9. Proporcionou apoio aos membros caribenhos do Grupo
de Peritos Governamentais que participaram do Mecanismo de Avaliação
Multilateral a fim de possibilitar sua plena participação em todas as
reuniões do Grupo.
Finalmente, cabe mencionar que a CICAD decidiu
empreender em 2001 ações em áreas de prevenção, tratamento,
recuperação, controle de substâncias químicas, desenvolvimento
alternativo, informação e estatística, segurança portuária e
cooperação marítima antidrogas nos países do Caribe.
VI. DESENVOLVIMENTO E COOPERAÇÃO TÉCNICA
Em 2001 o FEMCIDI continuou a atuar como o principal
instrumento de financiamento direto do CIDI para projetos de
cooperação técnica. A Secretaria Executiva recebeu e processou
316 pedidos de projetos para o exercício fiscal de 2001, totalizando
US$53,1 milhões. De acordo com suas responsabilidades
estatutárias, a Secretaria delineou uma proposta de programa que
engloba 92 projetos. As comissões especializadas
não-permanentes do CIDI (CENPES) reuniram-se em Washington, D.C. de
24 a 26 de outubro de 2000 e recomendaram 69 dos 92 projetos. A
Junta de Administração da Agência acrescentou outros 14 projetos para
assegurar o adequado equilíbrio regional e temático na distribuição
de recursos e aprovou a proposta de programa em sua reunião de 6 de
novembro de 2000, realizada em Washington, D.C. As figuras abaixo
mostram a comparação entre o percentual de doações para as
diferentes regiões em 2001 e 2000. Foi enfatizado o fato de ser
assegurado que os Estados membros de economias menores recebam maior
percentual de recursos; portanto, ao Caribe foram destinados, para 2001,
40% dos recursos do FEMCIDI, enquanto para 2000 foram alocados 19%. As
figuras anexas a este relatório referem-se apenas a projetos a ser
executados em 2001. Os projetos realizados em 2000 foram
informados no ano passado.
RESUMO DOS PROJETOS FINANCIADOS PELO CIDI
País |
CeT |
Educação |
Democracia |
Cultura |
Dsocial |
DseMA |
Turismo |
Comércio |
TOTAL |
Mult |
Nac |
AB |
92.000 m |
|
|
|
80.917 n |
|
|
|
270.917 |
2 |
1 |
|
98.000 m |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
BA |
|
|
|
|
180.000 m |
150.000 m |
|
|
330.000 |
2 |
|
BS |
30.000 n |
30.000 m |
|
9.000 n |
|
|
|
|
124.000 |
2 |
2 |
|
|
55.000 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
BZ |
|
20.000 n |
|
|
65.000 n |
|
85.000 n |
|
170.000 |
|
3 |
DO |
|
25.000 n |
|
50.000 |
|
|
|
|
95.000 |
|
3 |
|
|
20.000 n |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
GR |
|
|
159.400 n |
|
|
|
70.000 m |
|
229.400 |
1 |
1 |
GY |
|
85.000 n |
|
|
|
|
50.000 n |
|
135.000 |
|
2 |
HA |
|
50.000 n |
|
|
|
|
|
|
150.000 |
|
2 |
|
|
100.000 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
JA |
100.000 m |
|
|
|
|
125.000 m |
|
100.000 m |
325.000 |
3 |
|
KN |
|
|
|
|
|
|
30.000 m |
|
140.000 |
2 |
|
|
|
|
|
|
|
|
110.00 m |
|
|
|
|
SU |
30.000 n |
70.725 m |
|
|
|
|
|
|
100.725 |
1 |
1 |
SV |
|
19.693 n |
|
|
45.120 m |
|
170.000 m |
|
234.813 |
2 |
1 |
SL |
|
|
84.000 m |
|
|
70.000 m |
|
|
154.000 |
2 |
|
TT |
|
|
|
|
60.000 n |
|
|
490.000 m |
550.000 |
1 |
1 |
Total |
350.000 |
475.418 |
243.400 |
59.000 |
431.037 |
345.000 |
405.000 |
590.000 |
3.008.855 |
18 |
17 |
|
|