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Temas considerados pela Comissão

Programa de Educação para a Paz

 

Relatórios

 

CONSELHO PERMANENTE DA
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS

COMISSÃO DE SEGURANÇA HEMISFÉRICA

OEA/Ser.G
CP/CSH-101/98
20 janeiro 1998
Original: espanhol/inglês

PROJETO DE PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PARA A PAZ
NO HEMISFÉRIO

(Documento apresentado pela Consultora Gloria Pachón de Galán)

WASHINGTON, D.C., 8 DE DEZEMBRO DE 1997

 AG/doc.3588/97 — Resolução sobre Medidas de Fortalecimento da Confiança e da Segurança nas Américas

PROPOSTAS EM CONSULTA COM A UNESCO

Gloria Pachón de Galán
Consultora

ANTECEDENTES

Dentro do processo de desenvolvimento, e em face de fatores próprios da globalização, nosso Hemisfério enfrenta a cada dia maiores e mais difíceis desafios para garantir a consolidação da democracia e a manutenção da paz. A problemas ancestrais ainda sem solução em muitos países, tais como a pobreza, as desigualdades e a injustiça, se acrescentam o aumento do terrorismo, do crime organizado e da corrupção, ao lado de fenômenos como o tráfico de drogas e a progressiva deterioração do meio ambiente, as novas formas de violência, os fanatismos religiosos e a perda de valores que constituem a base do equilíbrio social.

Esta realidade fez com que governos e organizações nacionais e internacionais tomassem a decisão de coordenar esforços para desenvolver uma tarefa coletiva tendente a recuperar valores e criar uma consciência de solidariedade e respeito entre os diversos setores da sociedade. A educação, considerada como um direito fundamental do indivíduo para seu pleno desenvolvimento, é também o instrumento mais apropriado para assentar as bases de uma cultura de democracia e paz.

Desde a sua criação, as Nações Unidas estabeleceram que "a educação será dirigida ao pleno desenvolvimento do ser humano e o fortalecimento do respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais". Com base neste princípio, a Conferência Geral da Unesco reunida em 1974 aprovou a "Recomendação concernente à Educação para a Compreensão Internacional, a Cooperação e a Paz e a Educação relativa aos Direitos Humanos e as Liberdades Fundamentais", que serviu de quadro conceptual para muitas das ações desenvolvidas a partir de então (ver o Anexo 1).

Em março de 1993, aprovou-se em Montreal o Plano Mundial de Ação em Educação para os Direitos Humanos e a Democracia; a Conferência Mundial sobre Direitos Humanos de Viena produziu também uma declaração e um programa de ação. Em outubro de 1994, a Conferência Internacional sobre Educação, realizada em Genebra, aprovou a Declaração e o Quadro de Ação Integrada sobre Educação para a Paz, os Direitos Humanos e a Democracia. Finalmente, em 1995 foi aprovado o Plano de Ação para a Década da Educação em Direitos Humanos (1995-2004).

A OEA, por sua vez, consagrou, na Conferência Regional sobre Medidas de Fortalecimento da Confiança e da Segurança em Santiago do Chile (novembro de 1995), a "interdependência entre a estabilidade democrática, os processos de integração regionais, o respeito e o fortalecimento do direito internacional, a educação para a paz e a luta contra a pobreza". Na Declaração de Santiago sobre Medidas de Fortalecimento da Confiança e da Segurança, aprovada na quarta sessão plenária (10 de novembro de 1995), estabeleceu-se o compromisso de desenvolver programas de educação para a paz.

Através da resolução AG/RES. 1409 (XXVI-O/96) sobre "Medidas de Fomento da Confiança e Segurança nas Américas", a OEA concretizou esse compromisso, ao tomar a decisão de desenvolver um Programa Interamericano de Educação para a Paz, conforme indicado no Relatório do Presidente da Comissão de Segurança Hemisférica (7 de novembro de 1996, parágrafo 7).

A resolução aprovada pelo Vigésimo Sétimo Período Ordinário de Sessões da Assembléia Geral, em 1º de junho, em Lima, sobre "Medidas de Fortalecimento da Confiança e da Segurança nas Américas", em seu parágrafo 9, dispõe: "Solicitar ao Conselho Permanente que, com o apoio da Secretaria-Geral, intensifique seus trabalhos e consultas com a Unesco e outras instituições visando a considerar a conveniência de realizar uma reunião de especialistas sobre a matéria, a fim de completar antes do 50º aniversário da OEA um Programa de Educação para a Paz no Hemisfério, dentro dos recursos alocados no orçamento-programa e outros recursos".

Este documento apresenta as diretrizes que a Unesco propõe para desenvolver um trabalho conjunto nos temas que a reunião de especialistas deverá estudar, concretamente: "Educação para a Paz, a Democracia e a Segurança". Uma segunda alternativa que proponho se refere à "Educação em Valores para a Paz e a Consolidação Democrática". Finalmente, a proposta do Escritório da Unesco para a América Central e Panamá consiste em elaborar um Projeto OEA/Unesco de "Educação para a Paz no Istmo Centro-Americano".

TEMA 1
EDUCAÇÃO PARA A PAZ, A DEMOCRACIA E A SEGURANÇA (ver o Anexo 2)

Nesta proposta, a Unesco levou em conta "a necessidade de uma profunda redefinição da segurança nas Américas, bem como de um novo conceito de segurança", expressada pelo Secretário-Geral durante o Simpósio Interamericano sobre Segurança e Paz, patrocinado pela OEA e Unesco. Por isso, dentro do tema "Educação para a Paz, a Democracia e a Segurança", propõe os seguintes pontos para o estudo do grupo de especialistas:

a) as ameaças não militares e não armadas à paz e à segurança nas Américas, especialmente a pobreza extrema nas áreas urbanas e rurais, bem como as ameaças de natureza transnacional no campo do meio ambiente;

b) os acontecimentos sub-regionais específicos, por exemplo, o progresso alcançado na América Central no sentido do estabelecimento de uma segurança democrática, identificação de vias e meios para tratar a segurança dos pequenos Estados insulares nas Américas e a participação dos povos indígenas nas estratégias de desenvolvimento;

c) Educação e treinamento para uma segurança democrática, que poderia incluir a identificação de novas necessidades relativas ao treinamento de forças armadas e de segurança em campos tais como a educação para a paz, os direitos humanos e a democracia, bem como relativas à sua participação em atividades de desenvolvimento e proteção do meio ambiente e do patrimônio cultural da região; e

d) as perspectivas de interações entre a paz, o desenvolvimento e a democracia nas Américas visando a estabelecer uma agenda de cooperação em segurança hemisférica, nos anos recentes nas Américas, que deveriam ter um componente importante de democracia.

Dentro deste tema proposto pela Unesco, deve-se incluir um capítulo que trate das relações entre civis e militares, levando em conta que uns e outros são protagonistas importantes tanto nos processos de obtenção da paz e transição à vida democrática quanto nos de aperfeiçoamento da democracia. As novas realidades do Hemisfério dão uma dimensão mais ampla ao papel das forças armadas como participantes da construção da paz; da mesma maneira, exige-se dos civis uma maior participação nas tarefas destinadas a consolidar a estabilidade social. Da compreensão entre uns e outros depende em grande parte o êxito desses propósitos. Por esta razão, é importante que, dentro das ações abrangidas no estudo do tema da educação para a paz, a democracia e a segurança, as relações de civis e militares se mantenham como ponto de reflexão permanente ao longo do desenvolvimento do programa, com atividades específicas e mecanismos de avaliação claramente estabelecidos.

A OEA e a Unesco poderiam preparar documentos que mostrem realidades da região para facilitar o trabalho do grupo de especialistas. Também seria útil a vinculação a este trabalho de institutos de estudos estratégicos e de instituições de educação para a democracia e os direitos humanos com as forças armadas e de segurança.

TEMA 2
EDUCAÇÃO EM VALORES PARA A PAZ E A CONSOLIDAÇÃO DEMOCRÁTICA

A integração dos programas de educação para a democracia, os direitos humanos e a paz é indispensável para se criar uma verdadeira cultura de paz e democracia, sem esquecer sua relação com a preservação do meio ambiente, a defesa dos valores culturais e a compreensão internacional. Da mesma forma, é fundamental envolver nesses programas todos os setores da população, através da educação formal e informal.

A reunião de especialistas, ao estudar este tema, poderia propor um programa que considere o trabalho realizado pela OEA no tocante a democracia, direitos humanos e paz (por exemplo, o Programa de Cooperação Regional em Educação para a Democracia, surgido do seminário centro-americano sobre ensino e aprendizagem de valores democráticos nos sistemas educativos formais) e nas experiências da Unesco com educação informal. Estes elementos serviriam de base para um projeto destinado a todos os setores da comunidade através de seus líderes, levando em conta programas realizados por vários países; para isso, se buscaria a assessoria das instituições governamentais que os tenham executado e se insistiria na participação dos setores menos favorecidos da população: grupos indígenas, líderes camponeses, mulheres.

Por outro lado, em vários países do hemisfério, a paz e a consolidação das instituições e processos democráticos depende em grande medida de relações cívico-militares estáveis, profissionais/institucionais e confiança mútua.

Nesse contexto, a reunião de especialistas deveria considerar a possibilidade de desenvolver um programa regional de análise e intercâmbio de conhecimentos e experiências entre funcionários, especialistas acadêmicos e oficiais das forças de segurança pública da região. O propósito desse programa regional seria: a) proporcionar anualmente um espaço/foro para a análise conjunta, entre civis e militares dos países da região, dessas relações, bem como das ameaças à paz e à consolidação do Estado democrático; b) facilitar a aproximação, interação e desenvolvimento do respeito e confiança mútua entre civis e militares; c) promover entre os participantes um melhor conhecimento e entendimento dos valores e práticas democráticas, da função das forças armadas numa sociedade democrática e do papel central que o setor civil deve desempenhar nos assuntos de segurança e defesa. Mais especificamente, as atividades regionais de diálogo e intercâmbio poderiam concretizar-se em seminários e reuniões anuais, incluindo seminários sobre técnicas de resolução, tratamento/manejo de conflito. O programa poderia incluir também pesquisas e publicações, que seriam analisadas na reunião anual realizada rotativamente nos países membros que assim solicitassem. Deveriam participar do programa oficiais das forças armadas e da polícia, universidades, institutos de estudos estratégicos e outras instituições privadas e governamentais com programas acadêmicos pertinentes.

ORIENTAÇÕES CONCEPTUAIS E METODOLÓGICAS PARA A
ELABORAÇÃO DO PROJETO OEA/UNESCO,
EDUCAÇÃO PARA A PAZ NO ISTMO CENTRO-AMERICANO

(Versão Preliminar) (Anexo 3)

O documento preparado pelo Escritório da Unesco para a América Central e Panamá apresenta uma proposta para elaborar um documento-projeto que sirva de base para o Programa de Educação para a Paz na América Central.

Levando em conta os processos que o istmo viveu nas últimas décadas para obter a paz e estabelecer a democracia, o documento contempla as características do contexto político-social, no qual se desenvolveria o projeto, bem como as políticas e estratégias nacionais no campo da educação, direitos humanos e educação para a paz. Também se incluem quadros de referência e conceptual, a assistência da Unesco a programas anteriores ou em andamento e a situação atual como problema fundamental que deve ser abordado.

Propõe-se a organização de uma missão integrada por três especialistas nomeados pela OEA de comum acordo com a Unesco para elaborar o documento do projeto.

A missão realizaria reuniões ou seminários em cada país da sub-região para obter a maior participação possível dos cidadãos, com um tempo de trabalho calculado em oito semanas, levando em conta que o documento deveria ser submetido à Assembléia Geral da OEA em 1998.

OPERACIONALIDADE E FINANCIAMENTO

Segundo o tema escolhido para a reunião do grupo de especialistas, a OEA deverá preparar um documento com a assessoria da Unesco que inclua os elementos indispensáveis para o trabalho que este deve realizar. De acordo com a sub-região sede da reunião de especialistas — e, se possível, do desenvolvimento posterior do projeto — serão buscados os instrumentos e mecanismos mais adequados para o desenvolvimento do programa proposto, tais como seminários, material didático, meios de comunicação, etc.

O projeto será administrado pela OEA através da divisão designada e por meio de um acordo, se necessário, com os organismos governamentais que co-patrocinem o projeto. Da mesma maneira, estabelecerá com a Unesco a modalidade de participação dessa organização na realização do projeto. Uma vez definido, serão buscados os recursos (AG/doc.3588/97) para seu financiamento segundo o orçamento elaborado pela OEA. Deve-se levar em conta que o projeto "Educação para a Paz" foi incluído no "Plano de Cooperação OEA/Unesco em apoio ao Desenvolvimento Sustentável das Américas", com uma contribuição de 20 000 dólares por parte dessa organização.

 ANEXO 1

ALGUNS EXEMPLOS DO ACOMPANHAMENTO DAS RECOMENDAÇÕES
E PRINCÍPIOS PROMULGADOS PELAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE
O TEMA DA PAZ (UNESCO-OEA) (ANEXO 1)

ESCOLAS ASSOCIADAS. O ensino da paz, justiça, solidariedade e cooperação intercultural constitui a prioridade do Projeto de Escolas Associadas, que vincula mais de 3.700 escolas e instituições de treinamento de professores em 129 países, vários deles na América Latina e Caribe (Brasil, Costa Rica, Haiti).

PROJETO LINGUAPAX. Elaborado para promover a paz, os direitos humanos, a democracia, a tolerância e os valores humanísticos através do ensino de línguas maternas e estrangeiras, com especial atenção aos direitos lingüísticos e culturais das minorias (seminário realizado na Bolívia).

CÁTEDRAS UNESCO em Direitos Humanos, Democracia e Paz, criadas com o objetivo de promover um sistema integrado de pesquisa, treinamento e informação para facilitar a cooperação regional e sub-regional entre professores e pesquisadores universitários. Já foram estabelecidas cátedras em 19 países da África, Europa, Estados Árabes e América Latina e no ano passado foram criadas cátedras no sul da África, México, Marrocos e Madagascar. Uma cátedra regional de cultura de paz foi estabelecida na América Latina e Caribe, ligando diversas universidades e instituições acadêmicas para mobilizar e renovar o currículo sobre a diplomacia preventiva e a construção da paz. Com o Colegio de México, estabeleceu-se no início de 1996 uma cátedra virtual de Cultura de Paz.

OMBUDSMEN. Realizou-se um encontro ibero-americano de ombudsmen em direitos humanos em Antígua, Guatemala. Os participantes assinaram uma declaração, comprometendo-se a promover a justiça e o respeito aos direitos humanos e estabeleceram uma rede de ombudsmen para uma cultura de paz.

DÉCADA DOS DIREITOS HUMANOS. O objetivo principal da Década das Nações Unidas para a Educação em Direitos Humanos (1995-2004) consiste em fazer uma avaliação das necessidades e formulação de estratégias efetivas para a promoção da educação em direitos humanos e para isso começaram a ser desenvolvidas várias atividades, muitas delas na América Latina e Caribe. Em 1995, por exemplo, realizou-se um diagnóstico da situação de direitos humanos em nove países em diversas regiões do mundo.

EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO 21. No relatório apresentado recentemente à Unesco pela Comissão Internacional sobre Educação para o século 21, propôs-se trabalhar sobre quatro pilares da educação: "Aprender a saber, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos".

APRENDER SEM FRONTEIRAS. A Unesco ampliou suas atividades em matéria de educação, utilizando a mais moderna tecnologia através de seu programa Aprender sem Fronteiras, que contempla o desafio da aprendizagem durante toda a vida.

AS RELIGIÕES. Representantes de diversas correntes e tradições religiosas adotaram uma declaração sobre o papel da religião na cultura de paz numa reunião realizada em Barcelona em 1994.

A MULHER. A educação para uma cultura de paz foi tratada pelos participantes da Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher, convocada pelas Nações Unidas em Pequim em setembro de 1995. Integrou-se uma plataforma de ação que vem sendo cumprida através de diversas atividades em vários países do mundo e do hemisfério americano.

A OEA (CIM) e a Unesco realizaram um seminário sobre a mulher salvadorenha e a cultura de paz em San Salvador, nos dias 23 e 24 de janeiro de 1996.

PROGRAMAS DE RECONCILIAÇÃO E RECONSTRUÇÃO. A educação é básica para a tarefa de reconciliação e reconstrução dentro dos programas nacionais de cultura de paz. Isso inclui educação formal e informal, em termos de meios de comunicação de massa e outros sistemas de comunicação, bem como os sistemas escolares formais. Foros nacionais e diálogos para iniciar estes programas foram realizados em El Salvador em 1993. Neste caso, o projeto mais importante foi a produção de programas diários de rádio e campanhas de educação informal para as mulheres mais pobres e marginalizadas do país. Os programas de rádio são transmitidos diariamente através de 24 estações desde o início de 1996 e se referem aos direitos da mulher, violência contra a mulher e divisão do trabalho doméstico entre a mulher e o homem.

FORO MILITAR CENTRO-AMERICANO PARA A CULTURA DE PAZ. Sob os auspícios da Unesco, este foro reuniu-se em El Salvador, com a participação dos ministros da Defesa Nacional dos países centro-americanos, a fim de analisar o papel dos exércitos e forças armadas desta área em prol da consolidação da democracia, estado de direito, desenvolvimento, integração centro-americana e cultura de paz. Em sua declaração, os participantes destacaram a importância da justiça social, solidariedade e eqüidade, para o que "é indispensável o desenvolvimento econômico e social, que se traduza no melhoramento da qualidade de vida de todos os setores sociais".

SIMPÓSIO INTERNACIONAL "DA INSEGURANÇA PARCIAL À SEGURANÇA GLOBAL", realizado na sede da Unesco, em Paris, de 12 a 14 de junho de 1996. Na introdução do simpósio, Leslie G. Atherley, Diretor do Programa de Cultura de Paz, referiu-se aos desafios que este enfrenta e à necessidade de vincular o militar como um companheiro poderoso e comprometido na busca de paz e segurança. "Hoje, segundo Atherley, seu papel consiste em preparar o terreno para processos políticos pacíficos sustentáveis e bem-sucedidos e para a rápida resolução de conflitos violentos, se ocorrerem. O militar deve ser capaz de revitalizar e reorientar seu papel, já que é necessário adotar uma visão mais ampla da segurança. A paz não é estática, é um processo dinâmico e fluido que precisa ser alimentado e apoiado. No sistema das Nações Unidas, é amplamente reconhecido que a paz não é simplesmente a ausência da guerra e que as ameaças à paz internacional e à segurança devem ser interpretadas de uma maneira mais ampla do que no passado, incluindo, por exemplo, a instabilidade econômica ou política ou os efeitos de uma catástrofe natural".

PROGRAMAS DA OEA. Através da UPD, a OEA vem colaborando com os Estados membros em seus esforços de fortalecimento e consolidação de instituições e processos democráticos. Esta colaboração concentrou-se basicamente em temas/áreas centrais para a democracia, como o poder legislativo, o processo de descentralização, governo local e participação cívica; promoção de valores e práticas democráticas, organização e administração eleitoral e observação eleitoral. Também foram apoiados os processos de reinserção e reconciliação nacional, fortalecimento institucional e consolidação democrática em situações de pós-conflito com programas multidimensionais e integrais como na Guatemala, Haiti, Nicarágua e Suriname; ou com um programa de assistência para a remoção de minas antipessoal na América Central.

PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO PARA A DEMOCRACIA, A PAZ E OS DIREITOS HUMANOS vêm sendo executados em vários países, alguns dos quais os incorporaram em suas reformas educativas, como é o caso da Colômbia desde 1993; outros avançaram nos últimos anos na promoção dos direitos humanos e vários temas afins, tratando de vincular cada vez mais os diversos setores da população, especialmente os grupos indígenas.

 ANEXO 2

 

"EDUCAÇÃO PARA A PAZ, A DEMOCRACIA E A SEGURANÇA"

Leslie G. Atherley, Diretor do Programa de Cultura de Paz, Senhora Moufida Goucha, Assessora Especial do Diretor Geral da Unesco
(Programação e Avaliação)

PROPOSTA PARA UMA REUNIÃO DE ESPECIALISTAS
SOBRE SEGURANÇA DEMOCRÁTICA NAS AMÉRICAS

I. PROPÓSITO DA REUNIÃO

1. O principal objetivo da reunião de especialistas — baseando-se numa série de iniciativas importantes da OEA referentes ao fortalecimento da segurança hemisférica "de uma perspectiva revisada e ampla da segurança e desarmamento" e levando em conta as iniciativas da Unesco no sentido de promover uma nova abordagem às questões de segurança que possam ser diretamente relevantes para as atividades da OEA — seria essencialmente o de identificar novas questões de segurança nas Américas que precisam ser abordadas de maneira integrada e transdisciplinar.

II. QUESTÕES QUE PODEM SER ABORDADAS NA REUNIÃO DE ESPECIALISTAS

A. Percepção e realidade das ameaças não-militares e não-armadas à paz e segurança nas Américas, em particular a pobreza extrema nas áreas urbanas e rurais e ameaças de tipo transnacional no campo do meio ambiente.

B. Acontecimentos sub-regionais específicos, por exemplo, o progresso registrado na América Central em termos do estabelecimento de uma segurança democrática, identificação dos meios para lidar com a segurança dos pequenos Estados insulares das Américas e participação dos povos indígenas nas estratégias de desenvolvimento.

C. Educação e treinamento para a segurança democrática, que pode envolver a identificação de novas necessidades de treinamento das forças armadas e de segurança nas áreas de educação para a paz, direitos humanos e democracia, bem como sua participação em atividades de desenvolvimento e proteção do meio ambiente e do patrimônio cultural da região.

D. As perspectivas de interação entre a paz, o desenvolvimento e a democracia nas Américas visando a estabelecer uma Agenda de Cooperação em Segurança Hemisférica, com base no progresso já registrado em diversos níveis e foros nos últimos anos nas Américas, que teria um importante componente democrático.

 

III. PREPARAÇÃO DA REUNIÃO DE ESPECIALISTAS

1. A OEA e a Unesco preparariam um documento de trabalho para a reunião visando a identificar o progresso registrado na consolidação de uma nova estratégia de segurança nas Américas e em outras regiões.

2. Quando aos fatores mencionados em II.A, B e C, quatro ou cinco documentos sobre as principais questões poderiam ser elaborados e submetidos aos participantes antes da reunião para um exame aprofundado.

3. O intercâmbio de visões nacionais, sub-regionais e regionais é da maior importância. Portanto, do ponto de vista organizacional, as sessões de debate devem ter prioridade.

4. Os institutos de estudos estratégicos da região devem estar estreitamente relacionados com o trabalho da reunião, bem como os representantes de instituições que lidam com a educação sobre democracia e direitos para as forças armadas e de segurança.

 ANEXO 3

DOCUMENTO PROJETO PARA A REALIZAÇÃO DE UM PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO PARA A PAZ NO ISTMO CENTRO-AMERICANO*

(Escritório da Unesco para a América Central e Panamá, dirigido pelo Senhor Juan Chong)

* Este documento da Unesco, que está sendo considerado, ainda não foi traduzido pela Organização. Uma vez finalizada, a tradução oficial será obtida da Unesco e enviada às missões permanentes da OEA.

 

AQUI SÃO ANEXADAS 23 PÁGINAS XEROCADAS NO IDIOMA ORIGINAL (NÃO TRADUZIDAS)

 

 

 

 

 


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